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Pesca da sardinha pode ser proibida já no próximo ano

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A pesca da sardinha deverá ser proibida em 2019 em Portugal e Espanha, devido à diminuição de stock dos últimos anos.

A pesca da sardinha deverá ser suspensa em 2019 em Portugal e Espanha, tendo em conta a diminuição do stock verificada nos últimos anos, segundo um parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM ou ICES, na sigla internacional), o organismo que aconselha a CE sobre as limitações e quotas da captura de peixe.

Pelo segundo ano consecutivo, o documento aconselha “zero capturas em 2019”, no seu parecer para as divisões relativas ao Mar Cantábrico e costa atlântica portuguesa. O parecer definitivo sobre as recomendações para o próximo ano deverá ser feito em outubro.

Segundo o Público, que cita o relatório, o stock de sardinha com um ou mais anos, nas divisões da costa ibérica do Atlântico, tem recuado desde 2006, tendo ficado abaixo dos 0,4 milhões de toneladas. O relatório indica ainda que a biomassa de peixes com mais de um ano é “menos de metade de Blim (limite biológico de segurança) desde 2011″ e, por isso, o “recrutamento está prejudicado”.

Por sua vez, o recrutamento (novos peixes) tem sido inferior “à média, desde 2005, tendo mesmo em 2017 alcançado o pior resultado”, abaixo dos cinco mil milhões de toneladas.

A organização desaconselha a pesca – “deve haver zero capturas” – porque não há um cenário sustentável que garanta a recuperação da espécie até 2020. Ainda assim, o ICES apresenta vários cenários de pesca.

Por exemplo, se o número de capturas de peixes entre os dois e cinco anos for o mesmo do de 2018, a biomassa com mais de um ano rondará as 158.409 toneladas, abaixo das 169.327 toneladas caso a captura seja proibida.

Com base nas recomendações do ano passado, a pesca da sardinha esteve proibida entre janeiro a maio de 2018. Os pescadores têm autorização para capturar entre 21 de maio até 31 de julho mas de forma limitada – apenas 4855 toneladas, com limites diários e medidas de proteção dos juvenis.

Na UE, explica o jornal, a política de gestão dos recursos marinhos é partilhada, sendo visível aos cidadãos pela atribuição de quotas gerais de capturas e limitações para cada Estado-membro.

No entanto, a sardinha não tem uma quota limite de pesca. Em vez disso, possui recomendações científicas, que partem do CIEM, no caso português em coordenação com o IPMA, e são negociadas entre Bruxelas, Lisboa e Madrid, no caso destas duas divisões em específico.

O CIEM repete assim o conselho do ano passado: “Colocar o stock acima do limite de biomassa desovante adequado exigirá, com elevada probabilidade (mais de 95%), 15 anos sem pesca alguma. Porém, se o actual nível de recrutamento (número de sardinhas que superam a idade mínima de um ano para entrar no stock pescável) continuar nos níveis baixos em que está, no futuro aquele limite pode não ser atingido sequer sem nenhuma pesca”, lê-se no documento de 2017.

ZAP //

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