André Kosters / Lusa
Tomada de posse de Tiago Oliveira como presidente da Agência para a Gestão de Fogos Rurais (AGIF), a 24 Outubro 2017.
A tensão impera entre a Autoridade Nacional de Protecção Civil e a recém-criada Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais que é tutelada directamente pelo primeiro-ministro. A chegada de peritos espanhóis, para ajudar na prevenção dos fogos, só veio agudizar o mal-estar.
O Diário de Notícias adianta que a recém-criada Agência para a Gestão de Fogos Rurais (AGIF) “obrigou” a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) a pedir apoio à União Europeia, para a deslocação a Portugal de especialistas no combate a fogos florestais.
A chegada de três peritos espanhóis, que vão auxiliar as autoridades nacionais nas próximas três semanas, orientando acções de formação, “provocou tensão” entre os dois organismos, assegura o DN.
A vinda destes técnicos terá sido “imposta” pela AGIF, presidida por Tiago Oliveira e tutelada directamente pelo primeiro-ministro, referem fontes da Protecção Civil ao DN. “Nem a ANPC nem o próprio MAI [Ministério da Administração Interna] concordaram com o formato utilizado”, asseguram, falando em “prepotência” da AGIF.
“Um pedido de ajuda internacional já nesta altura é um atestado de incompetência aos quadros nacionais”, refere uma das fontes auscultadas pelo DN.
O pedido de ajuda, com carácter de “emergência”, foi feito ao mecanismo europeu de Protecção Civil a 23 de Abril de 2018, com a solicitação da presença “ASAP- as soon as possible” (o mais rápido possível) de “um especialista em “meteorologia e comportamento do fogo” e de dois peritos em “prevenção e supressão” de incêndios florestais, segundo apurou o DN.
O requerimento terá sido apresentado pela ANPC, apesar do desconforto sentido por esta entidade com a situação.
Tiago Oliveira explica ao DN que o pedido de ajuda internacional foi “a forma mais rápida de injectar conhecimento no sistema“. “Não há no país um perito em meteorologia, com esta especialidade”, reforça o presidente da AGIF, constatando que os outros dois especialistas “vêm reforçar o conhecimento que existe, com novas técnicas e experiências”.
Este responsável garante que desconhece qualquer tensão e conclui que “em alturas em que é necessário introduzir mudanças é normal que existam pontos de vista diferentes”.
Mas o DN lembra que as duas entidades têm revelado “sinais de algum conflito entre si”, o que se afigura como preocupante quando a época forte dos incêndios se está a aproximar.
Já a divulgação de um relatório que aponta falhas graves no combate aos incêndios de Pedrógão Grande levou o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, a acusar o comando da ANPC de ser “prepotente” e “incompetente”.
“Um pedido de ajuda internacional já nesta altura é um atestado de incompetência aos quadros nacionais”,
Ah sim????
Porque são todos competentíssimos, come se viu em Pedrógão, certo?
Nem uma migalha de humildade perante a evidência!!!!
Se não fosse uma tragédia, seria uma boa piada e eu até me ria….
Concordo. São incompetentes e ainda bem que chamam técnicos de fora para lhes ensinarem qualquer coisa. Burros e orgulhosos… era o que faltava.
No meu entender, justifica-se a indignação, mas sim pelos cidadãos portugueses. Parece que não temos técnicos suficientemente competentes para instruir a ANPC e Liga dos Bombeiros. E temos! O professor da U. Coimbra, que elaborou o relatório polémico, não tem competência? Na UTAD, não há técnicos com competência em matéria de incêndios? Há! Uma coisa diferente, é partilha de experiências e modos de actuar. Outra, muito diferente, é reduzir à insignificância técnicos portugueses com competência e conhecimentos, capazes de aplicar os conhecimentos no terreno. Agora, acredito que a Protecção Civil fique incomodada. Mas pelas más razões.
Pode ter toda a razão, no entanto, perante as evidências “de toda a competência” que os técnicos portugueses têm demonstrado nos últimos anos, eu já não os levo muito a sério e não lhes dou mais o beneficio da dúvida. Que venha quem nos pode ajudar.
Eu refiro-me aos técnicos quer da Universidade de Coimbra (Prof. Domingos Xavier Viegas) quer da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Não aos da ANPC e Bombeiros, nomeadamente as chefias, pois já deram (más) provas da sua competência. Infelizmente, quer para os que faleceram, quer para os familiares sobreviventes. Faceàs informações que vieram a público.
O problema dos incêndios em Portugal é muito simples:
ESTE GOVERNO NOMEOU PROFUNDOS INCOMPETENTES PARA CARGOS DE RESPONSABILIDADE E DEU NISTO.
Não é preciso dizer mais nada.
Esta lutinha entre Instituições, prepara o sacudir do capote da incompetência, qd os fogos chegarem e tudo arder de novo !!!!
E se os Espahois, q têm fogos do lado de lá, ainda conseguem vir do lado de cá ajudar os nossos Bombeiros, isto para não falar nos Chilenos, porque razão nós não conseguimos fazer o mesmo?
A atitude de alguns membros da PC só mostra receio que as suas vulnerabilidades fiquem expostas.
Um complexo de inferioridade face a uma “ameaça” externa !!
Mesmo que os espanhóis não tenham muito para ensinar ( o que duvido ), custa muito ouvi-los e ter uma entidade independente e estranha à PC, a fazer uma avaliação ?!?
Quando se fala de avaliação, todas as corporações se insurgem. Não se sentem à vontade com o que sabem.
Relativo a esta noticia nada me espanta.
Fui BOMBEIRO VOLUNTÁRIO, activo, durante 32 anos. Aprendi muito com os mais velhos, e honro-me do conhecimento que tenho sobre esta matéria. Quando começaram com determinadas teorias, à cerca de 10/15 anos, mataram os Bombeiros Voluntários.
Um exemplo, durante um dia acompanhei este Sr. que foi convidado para este organismo, vinha acompanhado por cerca de 6/7 Chilenos. Passado algum tempo, depois dos colocar no terreno, fui questionado sobre o desempenho destes no teatro de operações e a resposta foi simples, “têm conhecimento mas não estão preparados para este teatro de operações”. No dia seguinte, após o acalmar da situação, estes homens foram mobilizados para a zona da Chamusca. Aconteceu o pior e, não me enganei, pagaram com a vida a falta de conhecimento da nossa realidade.
Os incêndios em Portugal não se apagam da forma como os estão a combater. Em relação a alguns dos nossos bombeiros, fico triste quando os vejo “expectantes” à espera do lume junto das estradas, com grandes arsenais, que mais parece estarem a aguardar um supremo inimigo, e depois?? E depois fogem.
Os incêndios combatem-se atacando, indo à procura da base e enfrentá-lo. Enfrentá-los como enfrentamos um touro! Não podemos ter medo do lume, temos que ter respeito.
Quando as técnicas dos velhinhos Bombeiros forem aplicadas com o material que temos ao dispor, não precisamos de técnicos estrangeiros para nos ensinar. Temos conhecimento, temos elementos, falta a transmissão do conhecimento e a transmissão da garra aos bombeiros mais novos. Temos que ter orgulho em ser Bombeiro.
BOMBEIROS SEMPRE!!
O bombeiro da mangueira fez um comentário!!!
Os incêndios combatem-se com prevenção.
Fernando Santos ( Técnico de Prevenção )
É lamentável que os técnicos que estão na ANPC em alguns cargos sejam oriundos dos quadros superiores das Forças Armadas ou seja continuam em alguns casos já reformados dos cargos que tinham a usufruir de mais um tacho para terem uma reforma ( MUITO MAIS DIGNA ) mas conhecimentos para implementarem medidas preventivas nada mas nada se fez até acontecer os Incêndios que ocorreram no Verão.
Perante esta situação ainda reclamam que pelo facto de se pedir ajuda a quem tem experiência lhe estejam a retirar a dignidade ? será mesmo isto que estou a perceber com tanta indignação dos taxistas deste País? Até o Sr. Fernando Curto que está como presidente dos Bombeiros Profissionais aparece a protestar ele que como o Sr. Marta Soares são considerados DINOSSAUROS nos cargos que exercem nos Bombeiros e continuam por muitos e bons anos a presidir a cargos que lhes dão muito trabalho? mas não os abandonam.
Este País o que precisava não era de Técnicos para nos ensinar a apagar fogos mas sim de uma vassoura bem grande para limpeza nos diversos sectores da estrutura dos Bombeiros que está caduca e muito.
Sirvam-se dos conhecimentos e esteja caladinhos para ver se o nosso 1º Ministro não corre com vocês dos pelouros que andam á anos a explorar em alguns casos com proveito próprio pois não consigo ver esta rapaziada a trabalhar para a comunidade sem ser bem compensados ou não será Sr. Marta Soares?.
E as contas da Liga dos Bombeiros como estão? será que são inspeccionadas, atenção que existe o casão
( venda de fardamentos na Liga = a milhões em movimentos ) que eu como cidadão não sei se está a ser gerido como deve ser e se são prestadas contas corretas. Ai e nós preocupados com os Espanhóis que nos vêm ajudar com formação, como apagar fogos.
Esta tudo dito!!!
1- alteração da legislação penal quem deita fogo = prisão perpetua
2 – criação de viveiros florestais na cadeia pode dar-se redução de pena em troca de trabalho nestes viveiros mas será sempre obrigatório. Só os incendiários ficam para sempre.
3 – levantamento das dificuldades de possuir animais no mundo rural hoje para ter meia dúzia de galinhas tem de se ir à junta de freguesia ninguém vai mas a lei está lá e pode dar multas. Para ter uma vaca é uma dor de cabeça.
4- dinamização do mundo rural, mas os políticos odeiam o mundo rural os que vieram da província para Lisboa querem esquecer o seu passado de pobres e os betos de Lisboa que ascenderam na politica sabem lá o que é o mundo rural, não o compreendem sequer.
5- recuperação das áreas ardidas com permacultura.
6- proibição do actual modelo de exploração florestal de eucalipto e pinheiro.
Resumindo ninguém vai fazer nada o país está cheio de pasto pronto a arder o próximo verão vai ser outro problema!
O problema aqui e o lobby das associações de bombeiros que não quer perder o “poder” e o esbanjamento de dinheiros públicos, pondo em risco as populações e os homens e mulheres que lutam para dignificar as mesmas associações.
Pertencemos à União Europeia e, como tal apoio totalmente a vinda de operacionais de outros Países.
O que se passou em 2017, ainda está por esclarecer, mas sem dúvida que existiu negligência dos responsáveis.
Já em 2017, era muitos a mandar e todos quiserem ter o maior protagonismo.
Para 2018, pelo que já li e ouvi, ainda temos a coisa mais complicada, já não deve faltar tudo, para ter mais gente envolvida que árvores que faltam arder.
Tudo seria muito mais fácil, mais económico, se o Governo entregasse o assunto às Forças Armadas .
É evidente que esta opção não interessa a muita gente e todos sabemos porquê. “não existe o interesse de exterminar o grande negócio que são os fogos em Portugal”.
Muitos conseguem dinheiro à custa da desgraça de outros.
Senhores, tem tudo a ver com politica, jogos de interesses, corrupção, etc. e como se nao bastasse, a nossa justiça. Comparem só: onde anda o nosso José Socrates? Na rua, a palestras, a achar que é um salvador e a queixar-se que a mesada nao chega. Daqui a pouco dao-lhe uma pensao de solidariedade. Olhem só o Lula da Silva, onde está??? Engavetado. Enquanto nao se punir quem quem merece vamos afundar e ao mesmo tempo acreditar que somos ricos.
Bem na minha opiniao precisamos realmente “ASAP” nao só de ajuda relativamente a fogos como a nivel geral porque sao todos uns gatunos e a justica só os ajuda.
Chegaria a ser anedótico não fora a revolta que tenho de ter visto ser recusada a ajuda de Espanha no mesmo dia em que vi ser negado o socorro a quem dele necessitava. Após aquela noite ninguém merecia continuar a lutar sozinho contra as chamas e terras houve que viram casas arder já no domingo e segunda sem qualquer ajuda. Mas agora já se pode ter ajuda de Espanha
A incompetência neste país está generalizada, penso que já não há volta a dar!
O governo sacode para outros, quando o maior responsável pelas tragédias dos incêndios foi o próprio primeiro ministro. Não foi ele que fez a aquisição miserável do SIRESP e não foi ele que substituiu a ANPC pouco antes do início da época de incêndios, para pôr lá a xuxalhada sem experiência na matéria e corruptos quanto basta ?!