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Perdeu o olfacto devido à covid? Saiba quando o deve recuperar

A perda de olfacto, também conhecida como anosmia, é um dos sintomas mais comuns da covid-19. Um novo estudo trouxe novas informações sobre quanto tempo a recuperação do sentido demora.

É um dos sintomas mais comuns da covid-19, mas o regresso do olfacto pode variar bastante depois de se recuperar da doença.

Num estudo recente, apresentado num artigo publicado a semana passada no Journal of American Medical Association (JAMA), foram analisados 97 pacientes covid que continuaram a sofrer de perda de olfacto severa sete dias depois de terem sido diagnosticados com a doença.

Destes 97 pacientes, 51 realizaram testes de olfacto tanto subjectivos como objectivos, ou seja, foram questionados sobre o que conseguiam cheirar e testados para confirmar essas respostas. A cada quatro meses, os mesmos 51 pacientes responderam a inquéritos sobre a perda total ou parcial do olfacto, também conhecida como anosmia.

No primeiro inquérito, 53% dos pacientes respondeu que apenas tinha recuperado o sentido em parte, enquanto 45% afirmaram que o olfacto já tinha voltado completamente ao normal. Para os 2% restantes, nada mudou.

Quatro meses mais tarde, o número de inquiridos totalmente recuperado era já de 96%, sendo que apenas dois pacientes continuaram a reportar um sintomas de anosmia um ano depois da infecção.

Cerca de 28% dos 46 pacientes que fizeram apenas os testes subjectivos reportaram uma “recuperação satisfatória” nos primeiros quatro meses. Os restantes apenas o fizeram depois de um ano.

“A anosmia persistente associada à covid-19 tem um excelente prognóstico com uma recuperação quase completa depois de um ano“, concluiram os investigadores. “Enquanto os clínicos gerem um número maior de pessoas com síndrome pós-covid, os dados nos efeitos a longo prazo são necessários para prognósticos informados e aconselhamento”, reforçam.

Um outro estudo, publicado em 2020 por uma equipa de investigadores do Departamento de Neurobiologia da Universidade de Harvard, concluiu que a covid-19 altera o sentido de olfacto não por afectar directamente os neurónios, mas sim as células que apoiam estes neurónios, conhecidas como células sustentaculares.

A regeneração destas células pode acontecer a partir de células-tronco, o que aumenta as probabilidades de recuperação. Apenas um pequeno número de doentes perde o sentido permanentemente.

Caso tenha sido infectado e ainda não tenha recuperado o olfacto na totalidade, deve procurar um otorrinolaringologista para dar início a uma treino olfactivo.

AP, ZAP //

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