A China revelou esta quarta-feira novos detalhes das sanções anunciadas anteriormente contra dois fabricantes de armas dos Estados Unidos (EUA), incluindo a proibição de empresas chinesas realizarem negócios com a Lockheed Martin e a Raytheon Technologies.
Em fevereiro, Pequim tinha imposto sanções comerciais e de investimento às fabricantes de equipamento de defesa norte-americanas Lockheed Martin e Raytheon Technologies, pela venda de armamento a Taiwan, intensificando os esforços para isolar o território, que considera uma província sua.
O Ministério do Comércio da China referiu na terça-feira, em comunicado, que as sanções incluem a proibição de exportações e importações pelas duas empresas de e para a China, “para evitar que produtos chineses sejam utilizados nos seus negócios militares”.
A mesma fonte, citada pela agência Associated Press (AP) acrescentou que devem ser “fortalecidas as diligências necessárias do sistema de conformidade para verificar as informações das transações”.
As empresas chinesas também não devem conduzir negócios com as duas empresas conscientemente, quer na importação, exportação ou transporte de produtos.
Não ficou claro o impacto imediato que as sanções podem ter, mas as restrições às importações e exportações podem prejudicar as duas empresas.
Os EUA proíbem a maior parte das vendas de tecnologia relacionada com armas para a China, mas alguns fornecedores militares também têm negócios civis no setor aeroespacial e em outros mercados.
Em setembro, a Raytheon Missiles and Defense recebeu um contrato de 412 milhões de dólares (cerca de 475 milhões de euros) para atualizar o radar militar taiwanês, como parte de um pacote de 1.100 milhões de dólares (cerca de 1.000 milhões de euros) de vendas de armas dos EUA para a ilha.
Taiwan compra a maioria das suas armas aos EUA, que é seu maior aliado não oficial.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
Nos últimos anos, a China tem enviado com frequência caças e navios de guerra em direção à ilha, cercando-a em diferentes momentos numa campanha de pressão militar e intimidação.
As sanções de Pequim também proíbem os executivos seniores de ambas as empresas de viajar para a China ou trabalhar lá.
Pequim anunciou, em 2019, a criação da lista de “entidades não confiáveis”, em resposta às restrições impostas pelos EUA contra o grupo de telecomunicações Huawei.