Pena de Ricardo Salgado agravada. Mais dois anos de prisão efetiva

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José Sena Goulão / Lusa

Ricardo Salgado

Numa decisão que não foi unânime, a pena de Ricardo Salgado foi agravada de seis para oito anos de cadeia. Diagnóstico de Alzheimer “não tem a gravidade que a defesa pretende fazer crer”, dizem juízes.

O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) agravou a pena de prisão de Ricardo Salgado, dando razão parcial ao recurso apresentado pelo Ministério Público, que tinha pedido uma pena não inferior a uma década de prisão para o ex-banqueiro.

A defesa, por sua vez, apoiou-se no diagnóstico de doença de Alzheimer do ex-banqueiro de 77 anos e recorreu da sentença para a Relação, pedindo a revogação do acórdão por considerar que a sentença iria causar (ou pelo menos acelerar) a sua morte — condição que, segundo os juízes, “não tem para já – e felizmente – a gravidade que a defesa do arguido pretende fazer crer”.

Para aumentar a pena de Salgado, os juízes basearam-se, segundo o Público, na gravidade dos crimes praticados e na sofisticação com que foram preparados, reforçando que o ex-banqueiro planeou os crimes pormenorizadamente, “recorrendo até à intervenção de terceiros por forma a melhor dissimular a ilicitude dos seus comportamentos”.

A idade, a condição mental, a ausência de antecedentes criminais e a sua inserção familiar e social serviram de atenuantes da pena do ex-banqueiro.

Acusado de 21 crimes no processo Operação Marquês, o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) acabou com apenas três acusações de abuso de confiança, após o juiz Ivo Rosa deixar cair as restantes alegações. Salgado foi condenado a seis anos de prisão efetiva, a março de 2022, pelos três crimes, tendo-se apropriado de 10,6 milhões de euros.

Movido pela “ânsia pelo dinheiro e pelo poder a todo o custo e por qualquer meio”, Salgado não tem, para a desembargadora Cristina Almeida e Sousa — que pediu 12 anos de prisão para o ex-banqueiro —, “qualquer pretexto para praticar seja que crime seja”.

ZAP //

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