Pela primeira vez, um soldado britânico disparou uma arma laser

Ministry of Defence / Crown Copyright

Laser disparado de um veículo Wolfhound

Não é uma cena de Star Wars. Tropas regulares do Exército Britânico operaram pela primeira vez uma arma laser de alta potência montada num veículo de combate blindado.

Soldados da regimento britânico 16 Royal Artillery, no País de Gales, utilizaram um laser instalado num veículo de combate Wolfhound para atingir vários alvos aéreos, anunciou esta quarta-feira o Ministério da Defesa britânico.

A nova arma laser, que está a ser desenvolvida como parte do programa de demonstração da Arma de Energia Dirigida por Laser Terrestre (LDEW) do Ministério da Defesa, “reflete o empenho da Grã-Bretanha em acelerar a criação de lasers práticos que possam ser montados em navios e veículos terrestres”, diz a nota do Ministério.

Os efetivos das forças armadas britânicas estão a diminuir para mínimos históricos: o exército é agora mais pequeno do que em qualquer outro momento desde o pós-guerra napoleónico, e três grandes navios de guerra, incluindo as duas únicas embarcações de assalto anfíbio do Reino Unido, foram recentemente descomissionados devido a cortes orçamentais, nota o New Atlas.

Estas reduções têm sido uma ocorrência regular desde o final da Segunda Guerra Mundial. No entanto, a atual situação geopolítica e as lições aprendidas com a invasão russa da Ucrânia significam que esta redução tem de ser enfrentada mantendo ou mesmo melhorando as capacidades de cada um dos meios britânicos.

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Veículo de combate britânico Wolfhound com o sistema laser montado

Assim, a estratégia das forças armadas britânicas passa agora por assegurar que, de cada vez que por exemplo um navio de combate seja retirado de serviço, todos os futuros navios devem ser muito mais avançados e capazes, ao ponto de um navio novo corresponder a dois antigos.

É nesse contexto que ganha significado a aposta do Ministério da Defesa em  armas laser como multiplicador de forças.

As armas laser têm uma série de vantagens, especialmente quando se trata de ameaças como os enxames de drones. Os lasers viajam à velocidade da luz, as munições são virtualmente ilimitadas, cada munição (sem contar com os custos de equipamento) custa um dólar e podem atingir vários alvos.

Deacordo com a nota do Ministério da Defesa, durante exercícios militares recentes, em Radnor Range, no País de Gales, os soldados operaram um sistema de armas laser de alta energia (HELWS) da Raytheon, tendo destruído uma série de alvos de drones, usando os sensores e sistemas de localização da arma, fixando os alvos em tempo real.

“Todas as acções que realizámos removeram um drone do céu. Embora tenhamos testado uma variedade de distâncias, velocidades e altitudes, uma coisa foi constante: a rapidez com que um drone pode ser eliminado“, disse o oficial Matthew Anderson, líder do Grupo de Desenvolvimento e Testes de Combate Montado do Exército Britânico.

“É definitivamente uma capacidade que pode ser adicionada ao arsenal de armas que usamos no campo de batalha”, acrescentou o militar britânico.

Em janeiro, o Ministério da Defesa britânico tinha anunciado o desenvolvimento de um laser de alta potência montado num navio, que poderia destruir “qualquer alvo visível” à velocidade da luz. Cada disparo da nova arma, batizada como DragonFire, tem uma duração de 10 segundos e custa menos de 11,68 euros.

“Este tipo de armamento de ponta tem o potencial de revolucionar o campo de batalha, reduzindo a dependência de munição dispendiosa, enquanto também diminui o risco de danos colaterais”, disse na altura o Secretário de Defesa britânico, Grant Shapp.

ZAP //

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