António Pedro Santos / Lusa

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos
“Assumo as responsabilidades, como sempre fiz. Vou por isso pedir eleições internas, às quais não serei candidato”.
Pedro Nuno Santos vai deixar de ser secretário-geral do PS. O líder dos socialistas, que só esteve no cargo durante pouco mais de um ano, não resistiu à segunda derrota seguida em eleições legislativas.
O Partido Socialista teve uma noite muito má, neste 18 de Maio de 2025.
Com apenas 23,38% dos votos nas legislativas antecipadas, e com 58 deputados, e para surpresa de muitos, foi a pior noite do PS nos últimos 40 anos.
E quase era o seu pior resultado de sempre – mas o desfecho de 1985, com 57 deputados, continua a ser o pior registo da história.
Pedro Nuno Santos falou só depois da meia-noite e começou por admitir os “tempos duros” para o PS e para a esquerda no geral, em Portugal.
Assegurou que “não vai ser o suporte deste Governo”, que será liderado pela AD; e avisou que o PS não deve ser esse suporte.
Porque Luís Montenegro “não tem idoneidade” para ser primeiro-ministro, porque lidera um Governo “que falhou a vários níveis”, e porque tem um programa “que vai contra os princípios e os valores” do PS.
O deputado avisa que a extrema-direita “infelizmente cresceu muito, tornou-se mais violenta, mais agressiva e mais mentirosa”, mas deve ser “combatida com firmeza e olhos nos olhos”.
Enquanto agradecia a todos os militantes do PS e da JS, soltou a frase “o partido que liderei”.
Depois, atirou: “Assumo as responsabilidades, como sempre fiz. Vou por isso pedir eleições internas, às quais não serei candidato“.
Ou seja, Pedro Nuno Santos demite-se. Ouviram-se pedidos “não, não, não!”, quando foi feito este anúncio.
A fechar, citou Mário Soares: “Só é vencido quem desiste de lutar. E eu não desistirei de lutar. Até breve“.