/

Peça que terá sido usada no batismo de D.Maria II está à venda. Estado não a compra por ser demasiado cara

1

Wikimedia

D.Maria II

Há uma semana que está à venda uma peça que pertenceu à coroa portuguesa. Terá pertencido à família real depois do Terramoto de 1755 e, de acordo com o antiquário que agora a comercializa, terá sido utilizada no batismo da rainha D. Maria II.

A bacia de águas-às-mãos consiste numa salva de prata dourada utilizada em cerimónias reais e foi mandada fazer por volta de 1500 por uma família nobre portuguesa que se é desconhecida.

A peça faz parte do Tesouro Real do Estado português, mas está desirmanada e para regressar ao acervo original terá de ser comprada através do Ministério da Cultura, que considera o preço excessivo.

A salva tem sido um dos objetos mais cobiçados de quantos aparecem na 25.ª edição da conhecida feira de antiguidades LAAF (Lisbon Art and Antiques Fair), que abriu do dia 10 na Cordoaria Nacional e que termina na segunda-feira, 19. Está a ser comercializada pelo antiquário lisboeta Galeria de São Roque.

Mário Roque, responsável pelo antiquário, não revelou o preço ao Observador, porém acrescentou que “uma salva desta qualidade e importância é valiosíssima”.

Detalhou ainda que “seguramente tem um preço inferior ao da tiara de D. Maria II”, referindo-se à peça arrematada há quatro meses num leilão em Genebra por 1,3 milhões de euros e que o Estado português tentou então disputar, sem êxito.

“Fazia todo o sentido que a peça viesse a pertencer ao Estado, até porque faz parte de um conjunto de 23 peças, das quais 22 vão figurar no Museu do Tesouro Real”, realçou Mário Roque, que contou que “no início do ano passado, enviei uma carta à senhora ministra da Cultura, mas até agora não houve manifestação de interesse. Não sei qual é a intenção do Estado”.

A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) confirmou ao Observador ter recebido uma proposta da Galeria de São Roque em 2020.

No entanto, contou outra versão relativamente do preço e da reação expressa. “Houve unanimidade em considerar excessivo o valor de aquisição proposto”, o qual ascendia a 1,5 milhões de euros, alegou a DGPC, organismo tutelado pelo Ministério da Cultura e responsável pela gestão do património português e de museus, palácios e monumentos públicos.

O organismo não rejeita nova ponderação de uma eventual nova proposta de preço, desde que este se “aproxime dos valores considerados adequados pelos avaliadores”.

A bacia integra um conjunto de 23 peças chamadas Prata do Lava-Pés ou dos Batizados, que a coroa portuguesa comprou a famílias nobres portuguesas a seguir a 1755.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

 

1 Comment

  1. …milhão e meio de euros do dinheiro dos contribuintes para ter 23 peças na colecção em vez de 22? Não obrigado.
    Agora… se quiserem fazer uma “vaquinha” na Assembleia, só lhes ficava bem.
    Claro que se gasta dinheiro em coisas bem piores mas temos de começar em algum lado.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.