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“Não é um simples festival de música”. PCP não desiste da Festa do Avante, Governo muda regras

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Mário Cruz / Lusa

O PCP ainda não dá a Festa do Avante deste ano como perdida, defendendo, em comunicado, que este evento “não é um simples festival de música”.

Numa nota de imprensa enviada às redações depois de o Conselho de Ministros proibir todos os festivais de verão até 30 de setembro, o partido liderado por Jerónimo de Sousa não se compromete já com uma decisão mas demarca a sua festa dos demais festivais.

A Festa do Avante! não é um simples festival de música (…) [é uma] grande realização político-cultural que se realiza desde 1976, muitos anos antes da existência daquele tipo de festivais”, escreveram os comunistas.

Pouco depois, observa o Diário de Notícias, o Governo publicou um novo comunicado corrigindo a formulação: a proibição, pode ler-se, passou agora para “festivais e espetáculos de natureza análoga”, deixando cair o termo “musicais”.

No âmbito cultural e artístico, “impõe-se a proibição de realização de festivais e espetáculos de natureza análoga, até 30 de setembro de 2020, e a adoção de um regime de caráter excecional dirigido aos festivais e espetáculos de natureza análoga que não se possam realizar no lugar, dia ou hora agendados, em virtude da pandemia”, lê-se agora no comunicado do Conselho de Ministro, “atualizado às 17:25”.

Na primeira redação do comunicado, divulgada pelas 15:30 desta quinta-feira, a “proibição de realização” era referente apenas a “festivais de música”.

Estará a Festa do Avante incluída?

O Governo alarga assim a proibição inicialmente fixada. A Festa do Avante estará incluída?

O Jornal de Negócios questionou o Governo e o PCP sobre este assunto mas nem o Executivo nem os comunistas avançaram com uma posição definitiva.

O Ministério da Cultura, ouvido pelo jornal de economia, disse apenas que “a proposta de lei aprovada hoje [quinta-feira] pelo Governo em Conselho de Ministros irá agora para a Assembleia da República, que iniciará o normal procedimento legislativo“.

O partido de Jerónimo de Sousa remeteu para o comunicado que divulgou após a primeira comunicação do Conselho de Ministros. Neste mesmo comunicado, importa frisar, o PCP não garante a realização da festa do Avante, remetendo uma decisão para mais tarde.

“Como se entenderá, uma posição mais detalhada será tomada no conhecimento concreto da disposição legal que venha a ser adotada”.

ZAP // Lusa

16 Comments

  1. Não sendo comunista sou no entanto um apreciador da Festa do Avante.
    Vou sempre que posso e gosto bastante do ambiente.
    Espero que as condições vividas actualmente se alterem por forma a que o mesmo se possa realizar, mas caso continuemos a ter focos de infecção em Setembro é evidente que o PCP terá de assumir que este ano não tenhamos esta Festa emblemática.

    • É evidente que não pode haver festa do Avante este ano! estão com os neurónios avariados? Ou reverte para os sem abrigo? Se metessem os sem abrigo todos na Quinta da Atalaia e lhes dessem condições de vida, talvez se tolerasse!! era por uma boa causa! Assim, ser, por ser costume! Ora bolas…

  2. A realizar-se será mais um escândalo no meio de muitos. Mas há alguma razão para que as “forças de esquerda” não cumpram a lei? Tivemos o 1º de Maio com excursões de diferentes concellhos rumo a Lisboa. Ainda ontem foi dito que não há festivais de verão até setembro. Estes agora vêm dizer que o Avante não é um festival de verão. Pode até nem o ser mas em tudo se assemelha. É altura de nos deixarmos de brincar com as palavras e sermos responsáveis. A lei é para todos!

  3. Se a Festa do Avante “é uma grande realização politico-cultural”, também a peregrinação e as comemorações de Fátima são uma grande realização religioso-cultural e, sensata e convenientemente, não se vão realizar. Contudo, mais uma vez se confirma que o PCP sobrepõe a ideologia à superior conveniência das populações cujos interesses se diz defender…

  4. “A Festa do Avante! não é um simples festival de música (…) [é uma] grande realização político-cultural que se realiza desde 1976, muitos anos antes da existência daquele tipo de festivais”, escreveram os comunistas.
    Atão a rapaziada nunca ouviu falar em Vilar de Mouros…. grave deficit cultural…

    • Claro que não! Até porque Vilar de Mouros não é uma festa “facultativa-obrigatória” (nem tem autocarros a despejar camaradas).

  5. Simplesmente siga as regras! Se existi uma regra para os festivais, logo é para que todos as cumpram.

    Não vejo qualquer razão de excepção para este ou qualquer outro.

    Deixem de politicizar um evento!

    • O seu comentário seria válido, caso fosse noutra noticia. Como é numa festa de um partido politico, que se identifica com ideologias totalitaristas, e que apoia uma boa quantidade de ditaduras pelo mundo fora, até se torna caricato o seu discurso.
      Haja bom senso na hora de comentar.

  6. Se se realizar, então temos a certeza que a lei é só memso para alguns…

    E obviamente, um mês depois termos o recomeço da epidemia…. e se for “bem gerido”, passaremos o Natal de novo em quarentena….

  7. Porque razão agora o tal apregoado espírito de Abril haveria agora de se escapar à submissão da ditadura comunista, sempre estiveram de mãos dadas, há que continuar para demonstrarmos os reais valores da nossa “democracia”.

  8. Não querendo entrar na discução politica. Falando só de saude.
    A Festa do AVante tem sempre muita gente, não sei como é possivel se manter uma distancia de segurança entre as pessoas. Isto parace-me ser mais uma excepção que vai ser justificada como o 1º de Maio da CGTP.
    Não façam regras para depois, por questões de conveniencia sejam para ser quebradas.
    Se na altura da festa existirem condições (vacina) não vou comentar mais, em caso contrario deveria ser adiada em um ano.

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