Paulo Rangel quer PSD a dividir entre 13 a 15 ministérios com o PS

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ppdpsd / Flickr

Paulo Rangel fala aos jornalistas

Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD

Paulo Rangel defende que, num cenário pós-eleitoral sem qualquer maioria, PS e PSD deveriam fixar “um entendimento” para dividir ministérios entre ambos “para os próximos oito ou 12 anos” de governação. Mas o candidato à liderança do PSD recusa um Bloco Central formal e não fecha a porta a alianças com CDS e Iniciativa Liberal.

O objectivo de Paulo Rangel, se for eleito presidente do PSD, é “ter a maioria absoluta”, uma “maioria estável para reformar o país, criar riqueza e combater a pobreza”. Declarações numa entrevista ao Público no âmbito da corrida à presidência do PSD que tem Rangel e Rui Rio como candidatos.

Mas se essa maioria não for possível nas eleições legislativas de Janeiro próximo, Rangel está aberto a “uma coligação de Governo” e, nesse caso, os “parceiros naturais” do PSD são “o CDS e a IL [Iniciativa Liberal]”.

Contudo, num cenário pós-eleitoral sem maioria de direita, nem de esquerda, Rangel defende “um entendimento entre o PS e o PSD para fixar um número de ministérios para os próximos oito ou 12 anos de forma a não termos leis orgânicas a toda a hora, a estabilizarmos as tutelas”, como aponta na mesma entrevista.

Rangel fala de “eventualmente” haver “um ministério sem pasta para cada um dar uma prioridade à sua governação, por exemplo”.

Notando que já fez “essa proposta há mais de seis anos”, Rangel justifica a ideia com o facto de, na conjuntura actual, “cada vez que um Governo chega e faz uma lei orgânica, estamos perante o caos“.

“Este Governo introduziu o caos na administração pública porque ninguém vai manter 20 ministérios. Até António Costa, na sua versão delicodoce que agora apresentou aos portugueses, já veio dizer que vai fazer um Governo pequeno e compacto. Não sei como é que se lembrou disso tão tardiamente”, critica Rangel.

Assim, o candidato a líder do PSD defende “um modelo mais ou menos estabilizado, que andaria à volta dos 13, 14 ministérios” e “também deveríamos estabilizar os nomes”, diz. “Não é preciso andar sempre a mudar o nome”, destaca.

Como exemplo fala do “caso dos fundos europeus” que têm, “no mínimo cinco ministérios envolvidos” – do Planeamento, da Coesão Territorial, da Agricultura, das Finanças e da Economia – “e isto torna-se absolutamente impossível”, considera.

Portanto, defende a “simplificação da estrutura para a aplicação do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”.

Críticas a Rio e ao Governo de Costa

O também eurodeputado nota que “o factor diferenciador fundamental” entre si e Rui Rio é o facto de o seu PSD ser “uma alternativa claríssima ao PS”.

“A oposição, especialmente nestes últimos anos, devia ter sido mais vigorosa. Por isso considero que foi um erro para o PSD e a democracia termos acabado com os debates quinzenais”, destaca.

Assim, se for eleito presidente dos sociais-democratas, vai apresentar nas legislativas um partido que “não se confunda tanto com o PS” e “que seja uma alternativa na tradição reformista do PSD”.

“Não faz sentido continuarmos com a governação do PS depois de seis anos de estagnação em que o país está pior. Não se aproveitou para fazer um conjunto de reformas que era necessário”, aponta já em campanha eleitoral para primeiro-ministro.

Nesse mesmo tom, Rangel diz que pretende dar um “impulso reformista” ao país e, por isso, a sua estratégia será “apelar ao voto útil no PSD”.

Rangel não fecha portas, Rio coloca-se ao centro

Paulo Rangel vai apresentar a sua moção de estratégia para o PSD na próxima segunda-feira, mas o Expresso já teve acesso ao documento e nota que apresenta “uma formulação ambígua sobre os cenários de governação” no pós-eleições legislativas.

Assim, Rangel não fecha “todas as portas fechadas à chave”, mantendo em aberto as possibilidades de coligações. Desta equação, o candidato só exclui o Chega e a ideia de um Bloco Central formal, como aponta o semanário.

O PSD “deve recusar a solução de Bloco Central ainda que de meia legislatura” e “deve recusar também a formação de coligações ou alianças com forças políticas radicais, sejam de direita ou de esquerda”, aponta o documento segundo o Expresso.

O jornal também teve acesso aos esboços iniciais da moção de estratégia de Rui Rio e nota que esta vai centrar-se “na ideia de uma governação ao centro — sem pedir maioria absoluta”.

Uma das frases que constava da moção de Rio, ainda de acordo com o semanário, apontaria a ideia de “construir uma nova maioria sem linhas vermelhas, assente no diálogo e no compromisso à esquerda e à direita, em respeito pelas instituições e pelo superior interesse nacional”.

ZAP //

7 Comments

  1. Exacto, até parece o nosso malfadado primeiro ministro. A diferença é que até agora não nos mentiu e tem ideias para o desenvolvimento efectivo da economia e de Portugal…

    • Confesso que é muito divertido ouivir um advogado a falar de economia, mas quais ideias?
      Aumentar o salário mínimo? Alguma outra ideia para a economia além dessa?

  2. Já a prepara o tacho, afinal até já aceita entendimentos, agora digam lá se o tacho não é bom?
    Este rangel não passa de mais um aproveitador descarado, não que todos os politicos não o sejam, mas há alguns que são uma valente mer…!

  3. Vejam bem:
    Vejam bem o que foi no tempo do Paios Convelho.
    As promessas foram tantas que nada foi cumprido. O que foi cumprido foram os grandes grupos económicos e o grande capital.
    O resto foi um caos total com a triplicação de impostos, despedimentos,falências, emigração , roubo às reformas dos reformados, lei laboral .
    Isto foi a aplicação de uma ideologia ultra liberal que transformava o trabalhador num subserviente do patronato.
    A ideologia do retrocesso e do medo que era propagado desorientava as pessoas que não viam qualquer futuro.
    Dos dois pouco ou nada valem.
    O Costa mostrou seriedade e ser o homem capaz de levar o país para a frente.

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