PCP e BE caem, PSD sobe (mas sem o apoio do Chega). Geringonça continua a ser o cenário mais provável

Manuel de Almeida / Lusa

Catarina Martins, Jerónimo de Sousa, António Costa

Numa nova sondagem sobre as eleições legislativas, os inquiridos recusam uma solução de governo à direita viabilizado pelo Chega, acreditando que será possível um acordo que permita cumprir a legislatura.

De acordo com os resultados do do barómetro da Intercampus para o Jornal de Negócios, CM e CMTV, o Bloco de Esquerda e o PCP serão os partidos mais penalizados nas próximas eleições antecipadas, que se irão realizar no dia 30 de janeiro. Porém, será nestes partidos de esquerda que poderá estar a solução de uma legislatura estável para ser cumprida até ao fim.

Segundo a sondagem divulgada esta sexta-feira, o PS, mas sobretudo o PSD, vai sair reforçado das eleições. Contudo, o que mais se destaca é a penalização dos partidos mais à esquerda.

Tendo em conta os resultados apresentados, o partido liderado por Jerónimo de Sousa será o “mais castigado”, logo seguido do Bloco. Ainda assim, um terço dos inquiridos também aposta na penalização do PS – um dado que estará ligado ao chumbo do Orçamento para 2022.

Mas assim sendo, como fica a velha geringonça? Os dados da sondagem mostram que os inquiridos acreditam que esta se vai repetir. Com o PS a não conseguir alcançar uma maioria absoluta, o cenário visto como mais provável reside numa nova ligação do apoio parlamentar do PCP e do BE, escreve o Jornal de Negócios.

Como menos provável surge um um bloco central, com o PS e o PSD juntos num governo.

Ainda mais longe está cenário de uma vitória do PSD sem maioria, mas com formação de governo através de um entendimento com o CDS-PP e a Iniciativa Liberal.

O cenário menos provável de todos coloca um governo à direita dependente do Chega, com mais de 70% dos inquiridos a rejeitarem negociações com o partido liderado por André Ventura, mesmo que esta seja essa a única hipótese de viabilizar um executivo liderado pelos sociais-democratas.