Paulo Portas emociona-se na despedida da Assembleia da República

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André Kosters / Lusa

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O ex-líder do CDS-PP despediu-se esta quinta-feira da Assembleia da República num último discurso enquanto deputado, no encerramento de um debate agendado pelos centristas sobre envelhecimento ativo e proteção aos idosos.

“Combinei com a presidente do meu partido, de quem gosto muito e em quem confio, fazer esta intervenção num debate que o partido como instituição considerasse relevante”, disse o ex-líder do CDS-PP no seu último discurso como deputado.

“Quero deixar a todos sem distinção – aos meus colegas de bancada, aos meus parceiros de Governo, aos meus adversários políticos, aos funcionários diligentes desta casa, aos jornalistas, pelo seu sentido crítico, um obrigado”, agradeceu Paulo Portas no final do discurso.

Portas, com 53 anos de idade, diz deixar no Parlamento “amigos em todas as bancadas”: “Tanto quanto tenho consciência, não deixo inimigos, nem os fiz”, afirmou.

O presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, desejou as maiores felicidades pessoais e profissionais para a nova fase da vida do ex-governante e lembrou-o como um político que “em diversos momentos conseguiu contrariar circunstâncias adversas”.

“Ao longo destes anos enquanto líder do CDS consolidou um partido que no início da década de 1990 parecia estar a definhar, exerceu altos cargos públicos, deixa no Parlamento uma memória muito viva, pelas suas qualidades de orador, pelas suas prestações em tantos debates quinzenais, pelos famosos ‘sound bites’ feitos de bom português e de muito eficaz português”, afirmou o presidente.

O bom uso da língua portuguesa, a cordialidade e a combatividade de Paulo Portas foram também evocados quando, de seguida, todas as lideranças de bancadas intervieram para se despedir e desejar felicidades pessoais ao centrista.

“Não obstante não termos estado sempre de acordo, foi um privilégio partilhar parte deste caminho consigo”, sublinhou Luís Montenegro, o líder parlamentar do PSD.

Já do lado da esquerda, o comunista João Oliveira recordou, com simpatia, “a irrevogabilidade das suas decisões” e o socialista Jorge Lacão avisou que o seu partido está “sempre preparado” para enfrentar o ex-líder do CDS.

O bloquista Pedro Filipe Soares aproveitou para lembrar que “ninguém nesta sala ou no país acreditará que o político Paulo Portas entrou de sabática”. Só o deputado do PAN se absteve de tecer qualquer comentário.

“Esperava o respeito – que é mútuo – mas não contava com intervenções das outras bancadas”, comentou o ex-líder do CDS, em declarações ao Diário de Notícias.

Agora, Portas vai continuar a assumir funções na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa como vice-presidente, a par de um espaço de comentário sobre política internacional já acordado com a TVI.

ZAP / Bom Dia

10 Comments

  1. CALRRÃO Júnior

    3 de Junho de 2016 – RESPONDER

    Outro mabeco que pode ir para o deserto do centro da Austrália, onde vivem os valentes homónimos dele, pode ser que exista já lá um Tribunal, e a ser assim, estará lá o processo dos submarinos, uma vez que ao que parece aqui já não há nada.

  2. Quando um político é recordado por “pelos famosos ‘sound bites’ feitos de bom português e de muito eficaz português” em vez do que fez pela nação e o seu povo é bastante exemplificativo do seu valor e do valor dos políticos actuais em geral…

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