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Patrulha da Líbia pode ter permitido mortes no Mediterrâneo

Vito Manzari / Wikimedia

Imigrantes norte-africanos em Lampedusa

Um vídeo da ONG alemã Sea-Watch mostra uma patrulha da Marinha da Líbia durante uma ação com ocupantes de um barco insuflável no Mar Mediterrâneo na última segunda-feira a negar-se a colaborar e a deixar alguns imigrantes na água, provocando o desaparecimento de pelo menos 50 pessoas.

Nas imagens, atualmente nas mãos do Ministério Público de Ragusa, na Itália, que abriu uma investigação, é possível ver a embarcação da Marinha a partir-se com alguns refugiados a bordo, apesar de ter pessoas agarradas nas cordas e outras a lançar-se ao mar.

Perto do navio oficial estava um barco com integrantes da Sea-Watch que estavam a resgatar parte do grupo e conseguiram gravar o ocorrido.

O jornal “La Repubblica” publicou a história de uma mulher ajudada pela ONG alemã e que perdeu o marido, que estava no navio líbio e saltou para a água na tentativa de embarcar com a esposa.

Os líbios ligaram o motor arrastando-o e a todos os outros que estavam na água. Não voltei a vê-lo. John não sabia nadar. Estava a salvo, mas morreu porque não queria voltar para a Líbia, queria vir comigo para Itália”, explica Darfish, do Camarões.

Os ocupantes de um helicóptero da Marinha italiana também foram testemunhas. Na gravação dá para ver que pedem aos líbios que parem a embarcação e ajudem os imigrantes.

De acordo com a ONG, cerca 50 pessoas desapareceram, enquanto outras 42 gritavam desesperadas por terem sido separadas de famílias e amigos que estavam no barco da Sea-Watch. Ainda conforme a organização, os integrantes só conseguiram recuperar os corpos de cinco pessoas, entre elas uma criança de dois anos.

// EFE

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