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Patrões só andam de Mercedes ao domingo porque “os trabalhadores não podem saber”

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“Isso é um pensamento de pobre”. Celso Lascasas admite que não acredita no equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal: “Se quiseres ter sucesso, tem que haver desequilíbrio”.

“Eu quando era puto, nos meus 14, 15 anos, dizia aos meus colegas de trabalho que queria ser rico”.

Celso Lascasas fundou a Laskasas quando tinha 29 anos e, como se vê, desde cedo não escondeu que tinha ambições financeiras elevadas, mesmo quando ainda era adolescente.

A Laskasas é uma marca portuguesa de mobiliário e design de interiores. Criada há 21 anos, tem sede em Rebordosa, Paredes, mas já se espalhou: 12 lojas em Portugal, 2 fora do país – Punta Cana e Qatar.

Celso Lascasas começou a trabalhar logo aos 14 anos. Era aprendiz de marceneiro. Deixou cedo a escola porque pensou: “Não quero depender de ninguém, nem estar sempre a pedir dinheiro”.

Dava-se bem com o tio, com quem trabalhava como marceneiro, mas “muitas vezes para a casa de banho chorar, porque havia situações que passavam a linha do razoável”.

No ECO, relata que sempre quis ter algo seu e foi por isso que criou a Laskasas em 2004, na altura apenas com uma pequena loja em Ermesinde.

Não recebeu salário durante um ano e meio; reinvestia tudo na empresa. A Laskasas foi crescendo e hoje emprega 500 pessoas e fechou o ano passado com um volume de negócios de cerca de 40 milhões de euros.

Mas ter muito dinheiro, em Portugal, não é sempre bem visto: “Eu gosto de ganhar dinheiro, mas às vezes parece que é crime”.

Celso assegura que nada tem a esconder: “Eu fiz acontecer e tenho moral”, mas tem noção de que há muitos patrões em Portugal que escondem o seu nível de vida.

Sobretudo por causa dos seus funcionários: “Conheço muitos que só pegam no Mercedes ao domingo para ir almoçar, porque os trabalhadores não podem saber. Eu acho que isso é um pensamento de pobre. Mas porque é que não pode? Só se não cumprir”.

Celso Lascasas admite que não acredita no equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal: “Se tu quiseres ter sucesso tem que haver desequilíbrio”.

ZAP //

18 Comments

  1. Lindo… eu também concordo com o desequilibrio. Quero pertencer ao 1% dos mais ricos e rapinar 50% dos rendimentos do planeta, e os pobres que se F#2$dam.

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  2. Se os trabalhadores de salário minimo, pudessem descontar no IRS, todas as despesas, como fazem as empresas, havia mais equilibrio fiscal e económico.

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  3. Maioria dos patrões são injustos com os empregados, principalmente no que toca a salários.

    Até eles têm vergonha de assumir grande riqueza, a custa dos seus trabalhadores.

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  4. “Nem todas as pessoas ricas e poderosas são talentosas, educadas, fascinantes ou bem parecidas.”
    Este é mais um pobre com dinheiro, e voz.

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  5. A maioria dos portugueses, e estes comentários provam-no, são frustrados e invejosos. Mas, querem ter, mas não sacrificar-se para ter, então, espalham a sua frustração e fel pela sociedade. O resultado está à vista.

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  6. Não sei se Portugal está cheio de invejosos, de comunistas, ou de ambos… Se não houvessem patrões, estes trabalhadores faziam o quê? Parasitavam o estado? Ou recebiam o tratamento soviético: vais para onde fores preciso ao estado e recebes o que o estado entender. Se não queres, tens uma boa prisão de trabalho forçado à tua espera, ou então passa fome pois não tens direito a senhas. Os patrões não são todos uns santos, nem todos são super heróis, mas há uma característica comum à grande maioria deles: tiveram tarecos para arriscar, muitos sabendo que podia correr mal, e deixar a família à fome e sem teto. Já os “explorados” pelos patrões, ao fim do dia fecham a porta, e vou beber a minha cervejola, os problemas que fiquem com o patrão, e ele que me garanta é os meus direitos e o ordenado ao fim do mês. Mesmo que eu ande sempre a coçar… Enfim, Portugal.

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    • A eterna luta de classes… Tanto o rico como o pobre são corruptos, ambos desejam o poder. As empresas não são democráticas, nem tem que o ser. Vivemos na dita democracia, mas apenas, do ponto de vista formal, uma parte do dia, talvez por isso, ou talvez não: ” Os homens activos rebolam como rebola a pedra, em conformidade com a estupidez da mecânica. Todos os homens se dividem, como em todos os tempos também ainda actualmente, em escravos e livres; pois quem não tiver para si dois terços do seu dia é um escravo, seja ele, de resto, o que quiser: político, comerciante, funcionário, erudito.” Os patrões são então escravos do que têm e os trabalhadores escravos do que não têm… Onde estão, então, os homens livres?!

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    • Concordo totalmente, muito bem dito! Deixem de estar à espera do subsidio e do desconto no IRS ou do aumento do patrão. Lutem por vós próprios, sejam proativos e fura-vidas, estudem, arrisquem um pouco.
      Eu sou de origem muito pobre, comecei a trabalhar com 14 anos e durante 20 anos fui trabalhador e estudante até obter formação superior. Hoje chamam-me rico … enfim.

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      • “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.”
        Protágoras

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  7. «Nenhum vencedor acredita no acaso.»
    Friedrich Nietzsche

    «Na vida de hoje, o mundo só pertence aos estúpidos, aos insensíveis e aos agitados. O direito a viver e a triunfar conquista-se hoje quase pelos mesmos processos por que se conquista o internamento num manicómio: a incapacidade de pensar, a amoralidade e a hiperexcitação.»
    Fernando Pessoa

    «Mas não é o triunfar na vida apanágio dos imbecis? »
    Carlos Almeida

    Uma sociedade de imbecis, que sobrevive, não vive, escravos da ironia da meritocracia, termo de cunho satírico, para legitimar a dita vitória… Ahahahah! «2+2=5»

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