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Patrões das grandes empresas ganham até 90 vezes mais do que os trabalhadores

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Os salários dos líderes executivos das grandes empresas portuguesas, cotadas em bolsa, ganham cada vez mais do que os trabalhadores que dirigem. Há patrões que ganham 90 vezes mais do que os seus funcionários, de acordo com um estudo da DECO.

Um destes casos é o de Pedro Soares dos Santos, líder da Jerónimo Martins, que detém a cadeia de hipermercados Pingo Doce, que, em 2015, ganhou um total de 865 mil euros, “90 vezes mais do que o salário médio dos seus trabalhadores”, revela o Dinheiro Vivo, citando a análise da Proteste.

Este estudo apurou que a disparidade salarial entre trabalhadores e dirigentes das empresas se agravou, no ano passado, notando que os CEO foram aumentados, em média, em cerca de 14,2% e os trabalhadores em apenas 3,6%.

Entre as empresas analisadas, a DECO coloca a Jerónimo Martins como aquela onde há maior disparidade salarial, seguindo-se a Galp, onde o presidente executivo, Carlos Gomes da Silva, recebeu 72 vezes mais de salário do que os trabalhadores da petrolífera.

O patrão da Sonae, Paulo de Azevedo, ganhou, por seu turno, 69,1 vezes mais do que os seus trabalhadores do grupo que detém o hipermercado Continente, no ano transacto.

Da análise da DECO ainda fazem parte as empresas Semapa, Ibersol, CTT, EDP, Mota–Engil, Portucel (nova Navigator) e NOS, concluindo-se que os seus trabalhadores ganham, em média, 30 vezes menos do que os seus chefes.

A Associação de Defesa do Consumidor também apurou que esta disparidade salarial tem vindo a crescer, tendo passado de 21,3 vezes, em 2014, para 23,5 vezes, em 2015.

“Em todos estes casos, o agravamento deveu-se quase exclusivamente a um significativo aumento do salário recebido pelo presidente executivo”, afiança a DECO.

“Apesar das políticas remuneratórias serem votadas em assembleia geral, as empresas levam princípios muito vagos e os accionistas acabam por votar remunerações em pouca consciência. Várias comissões envolvem membros da família dos gestores que decidem em causa própria”, refere Rui Ribeiro, da Proteste, em declarações ao Dinheiro Vivo.

ZAP

15 Comments

  1. e isso apenas contando com os trabalhadores da própria empresa, porque os que estão a trabalhar como externos (outsourcing) não contam neste estudo.
    E são os externos que ganham menos,,,muito menos.
    Senão o estudo ficava ainda mais “deprimente”

  2. E a culpa é dos gestores ou dos empregados que se deixam humilhar desta forma?

    Algum ser humano vale 90 vezes mais que outro?

    Façam pela vossa vida, carneiros! :-/

    Revoltem-se!

  3. Isto é o que se chama DEMOCRACIA que na pratica se chama FASCISMO, COMUNISMO, SOCIALISMO o que lhe queiram chamar. São é um bando de escravizadores , sim porque os trabalhadores aquilo que trabalham em relação aos “gerentes – CEO” são autênticos escravos, só que é uma escravatura encapuçada.

  4. Mas não é suposto o patrão receber mais que o empregado?

    Se a coisa corre mal… o empregado sai sem emprego… mas o patrão é que tem de prestar contas aos credores.. etc etc etc..

    Na teoria.. mais responsabilidade deveria ter maior remuneração.. e também na teoria.. quem tem mais responsabilidade? O patrão ou o empregado?

    Isto pode até nem soar bem.. mas.. não é suposto ser assim?!? E não foi sempre assim?! E não será sempre assim também?!?

    Podem e devem queixar-se é das políticas que o vosso/nosso governo impõe ao tecido empresarial em termos de remunerações.. agora não me parece é que a culpa seja das empresas. Elas estão lá para fazer dinheiro.. não são instituições sem fins lucrativos nem muito menos solidárias… não existem, por definição” com a finalidade de “dar”! Se elas cumprem a lei.. e vocês não gostam da lei.. façam para a mudar. Não são as empresas que têm a culpa!

    E se formos a analisar… o quanto um privado dá de ordenado a um seu gestor é lá com ele.. não são dinheiros públicos. E se não são dinheiros públicos… o que é que as massas têm de se manifestar contra, ou, no (mesmo sentido) a favor?!?

    Já no caso público a coisa muda de figura.. obviamente, porque aí sim, esse tipo de movimento financeiro tem de ser justificado perante os seus “accionistas”.. o povo!

  5. Todos sabemos bem como é que vai ficando a nossa economia, o nosso défice, o nosso PIB quando se abre um pouco os cordões à bolsa para o lado dos trabalhadores. Aparecem logo uns amigalhaços a todas as horas do dia em todos os noticiários e jornais a explicar como é que se pode estar a caminhar para a banca rota… Portanto, não há alternativa, vamos lá apertar um pouco mais o cinto, que os patrões precisam de manter-se bem gordinhos…

  6. Sr. DIGITALRA (comentário das 16:18).
    Para falar assim é porque não precisa contar trocos.
    É óbvio que os patrões têm de ganhar mais que os empregados, nem se discute. São eles que criam emprego, e montam as empresas para ganhar dinheiro.
    Quem tem maior responsabilidade tem de ganhar mais.
    Essas empresas privadas pagam o que querem e bem entendem, tudo ok.
    Agora diga-me uma coisa; acha correcto um patrão ganhar 90 vezes mais que o seu funcionário??? Acha normal??
    Se ganhar 10 vezes mais, já está mais que bem pago.
    É assim que se cava o fosso, é assim que desaparece a classe média, e sem classe média, não há país que ande para a frente.
    Se toda a gente tivesse um salário minimamente decente, as coisas fluiriam muito melhor.

  7. … e já agora, gostava que também apurassem, para onde vão os lucros dessas empresas, lucros gerados em portugal e à custa dos trabalhadores e consumidores portugueses. Se ficam nos bancos em Portugal ou para onde vão…
    Sobretudo as empresas publicas que foram vendidas e que estão a dar lucros fabulosos.
    E também gostava que apurassem quantos postos de trabalho criaram desde que foram vendidas, mesmo que sejam postos de trabalho criados a ganharem 100xmenos que os seus gestores…

  8. Capitalismos selvagem no seu melhor…
    E quanto ganham os chineses (e muitos são crianças) que fazem os computadores, telemóveis, etc da Apple (e outras) que são as empresas mais “valiosas” e os seus donos os mais ricos do mundo?!
    Pois…

  9. A questão é que nem o tipo de atitude (pensamento) aqui do DIGITALRA,
    e outros escroques como ele, consegue motivar a cambada de carneiros
    imbecis, idiotas e hipócritas, em que se tornou este povinho,
    a fazer alguma coisa pela vida….
    Povinho esse que na maioria dos casos, ainda apoia estes escroques
    (e são mais que muitos) aqui como o DIGITALRA
    Por isso, cada um tem o que merece!!!
    (Tenho pena)

  10. O cerne da questão, e que estes iluminados não compreendem, porque não sabem um “chavo” de economia, é tão simples como perceber que sem uma correcta distribuição de riqueza, nenhuma economia funciona. Não se trata aqui apenas de valores culturais, sociais, ideológicos, políticos, ou o que quer que seja. É apenas a matemática a funcionar, segundo o modelo económico em que vivemos: sem uma correcta distribuição económica, qualquer economia está condenada à falência. Basta ver ultimamente alguns milionários, sobretudo americanos (porque esses são bem atentos), que com o rabito a ficar apertado (as suas fortunas e império não se resumem a míseros milhões) vem defender aumento de impostos para as classes mais abastadas. Podem acreditar: não é com pena do cidadão comum que passa necessidades. É com pena deles próprios, que as mordomias se acabem para eles e seus descendentes.

  11. Não há adjetivos para classificar estes “crimes”. Isto acontece porque os responsáveis políticos são coniventes e, o povo português, não sua maioria ou é atrasado ou demite-se do seu papel ao permitir este roubo. Muitos dos titulares desses cargos, se não estivessem nas empresas estas, muito provavelmente, teriam índices de produtividade superiores. Qual o trabalhador/empregado, se sente motivado para dar o seu melhor, num antro de selvagens? Por isso, somos um dos países mais atrasados da Europa. Os que dominam, fazem parte da coligação de interesses: exploradores/corruptos/parasitas.

  12. E extrapolando, pelo menos 4 em cada 10 dos explorados votaram num sistema que acentuou e pretendia acentuar este status quo. Bem hajam…

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