Várias empresas estão a juntar-se ao governo de Israel na criação de sistemas de entregas através de drones. O objectivo final é ter uma estrada destes aparelhos nos céus.
Num futuro próximo, as estradas podem estar nos céus para além de no chão. Não, o assunto não são carros voadores, mas antes um sistema de entregas por drone que já está a ser testado em Israel.
Vários projectos estão a ser criados a partir dos conhecimentos da força aérea israelita, e estão já a ser usados para entregas de sushi e gelado. A startup FlyTEch está já a desenhar um modelo para evitar colisões em céus ocupados por aviões não pilotados.
A empresa vai avançar com um teste de dois anos à iniciativa de entregas autónomas por drone em Hadera e Haifa. Este teste vai dar indicações sobre se Israel deve ou não avançar com o projecto a larga-escala de criação de uma rede nacional de drones para entregar compras, fazer transportes médicos e para a mobilidade aérea urbana, escreve o Jerusalem Post.
A startup nasceu na Jerusalem College of Technology pelas mãos de Moshe Lugasi e Eliran Oren. Já com um contrato com o governo, o objectivo da FlyTech é usar drones para cortar nos tempos de entrega e reduzir o trânsito nas estradas do país.
Os drones vão usar planadores executados por um software autónomo, que vai fazer as entregas sem humanos a controlar o serviço. A FlyTech quer a longo-prazo usar os drones militares para necessidades públicas, como a agricultura e a construção. Para emergências, os drones poderão também dar apoio através de, por exemplo, o transporte de sangue.
Sobre o futuro da empresa, o co-fundador Eliran Oren revela que estima que “o produto desenvolvido no programa piloto de drones vai estar no mercado nos próximos anos” e que estamos perante uma “transformação na indústria das entregas” por se esperar que o sistema “substitua camiões e faça as entregas de centros de logística”.
Já a High Lander, que se especializa em controlar o tráfego de drones autonómos, e a Cando, que ajuda a criar estratégias para estes aparelhos, são outras empresas que integram as ambições do governo israelita.
“O voo de um drone não é problema. Estamos a falar de multi-drones, provenientes de produtores diferentes, mas eles continuam a monitorizar com o nosso software para termos a certeza de que não colidem“, revela o director executivo da High Lander, Alon Abelson, à AFP.
Ambas as empresas participaram numa demonstração num relvado em Tel Aviv, onde três drones sobrevoaram arranha-céus – dois a carregar sushi e um com latas de cerveja – que integra uma parceria público privada de cerca de 5,3 milhões de euros para desenvolver a tecnologia israelita.
“O nosso objectivo é criar um mercado competitivo em Israel que não seja dominado por uma empresa. Se conseguirmos remover os veículos das estradas para o ar, podemos reduzir o trânsito e a poluição aérea… Podemos criar um ambiente melhor e mais seguro para a entrega de bens”, explica Daniella Partem, que lidera a iniciativa de drones na Autoridade para a Inovação de Israel.
Hadas Aharoni trabalha na Airwayz e monitorizou dezenas de voos de drones autónomos na cidade de Hadera a partir de Tel Aviv, 50 quilómetros a sul.
“Podemos ver padrões onde os drones levantam e aterram, as suas alturas, as baterias e todo o tipo de problemas que temos de resolver para que os drones cheguem onde têm de chegar”, explica Ahori, citada pela France 24.
Até agora, têm-se realizado missões de práctica para se criarem pistas de aterragem na cidade. As empresas israelitas estão também a acompanhar o crescimento destes projectos.
A cadeia de gelados Golda colocou uma dispositivo à beira da praia em Tel Aviv onde os clientes podem passar um código QR e encomendar os produtos que lhes chegam às mãos através de drones.
“Em menos de 10 minutos podem receber a encomenda, o que não se consegue fazer com veículos normais. Acho que com o crescimento da popularidade, as pessoas vão perceber o valor que isto adiciona”, remata a directora de marketing, Talya Marder.