Paris dá mais um passo para abolir os carros

Paris quer banir os automóveis de 500 ruas, que serão transformadas em zonas pedonais. A iniciativa tem como objetivo tornar a cidade menos poluída e mais segura.

Os habitantes de Paris aprovaram, este domingo, mais uma iniciativa para eliminar os carros na cidade.

Depois de proibir as aplicações de trotinetes eléctricas e de triplicar as taxas de estacionamento para os SUV, a capital francesa pretende agora banir completamente os automóveis de 500 ruas, que serão arborizadas e transformadas em zonas pedonais.

A medida foi aprovada em referendo popular por quase dois em cada três cidadãos da capital francesa. Os grandes objetivos são melhorar a qualidade do ar e tornar a cidade mais agradável e segura para os pedestres.

Como detalha a Deutsche Welle (DW), a decisão também significará a perda de até 10.000 vagas de estacionamento, nos próximos anos. Esse número soma-se aos 10 mil já eliminados desde 2020.

Atualmente, os automóveis não podem circular em cerca de 220 ruas.

Paris Vert

Anne Hidalgo está à frente da Câmara de Paris desde 2014 e está a mudar radicalmente a cidade, adaptando-a à nova era verde. Está a reduzir os carros nas ruas e a incentivar um modo de vida diferente entre os seus habitantes.

Como exemplifica a DW, o primeiro projeto de Hidalgo foi transformar as margens do rio Sena numa zona pedonal. Apesar de ter enfrentado resistências, as faixas são agora utilizadas por ciclistas e corredores/caminhantes.

Para tornar Paris mais “verde”, Hidalgo também limitou a velocidade máxima a 30 quilómetros por hora em toda a cidade; eliminou lugares de estacionamento; e criou 84 quilómetros de ciclovias desde 2020. Até 2026, quer uma cidade 100% adequada para as bicicletas.

Outra medida adoptada por Hidalgo foi a redução para 50 quilómetros por hora do limite de velocidade na circular do Boulevard Périphérique, que circunda a cidade.

Um estudo do Institut Paris Région, publicado em abril de 2024, citado pela DW, revela que o automóvel é utilizado na capital em apenas 4,3% das deslocações, atrás da bicicleta (11,2%). Na maioria dos casos, o instituto público constatou que as deslocações eram feitas a pé (53,5%) ou de transportes públicos (30%).

Apesar das mudanças, Paris ainda está atrás de outras capitais europeias em termos de espaços verdes. Estas zonas ainda só representam 26% do território parisiense, enquanto a média das capitais europeias é de 41%, segundo a Agência Europeia do Ambiente.

A nova medida, votada este domingo, que prevê exceções para residentes, comerciantes, profissionais de saúde e taxistas.

Miguel Esteves, ZAP //

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