Parecer de especialistas sobre vacinação de crianças é sigiloso

O parecer técnico sobre a vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos, realizado pelo grupo de especialistas em pediatria e em saúde infantil, é confidencial.

O Público noticia, esta quarta-feira, que o parecer técnico elaborado por um grupo de especialistas em pediatria e saúde infantil sobre a vacinação contra de crianças é confidencial e não pode ser divulgado.

A decisão de avançar com a vacinação de crianças entre os cinco e os 11 anos teve por base a posição da Comissão Técnica de Vacinação, “os contributos de um grupo de especialistas em pediatria e saúde infantil” e de outros membros consultivos. No então, segundo avança o diário, não poderão ser conhecidos.

Luís Graça, membro da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19, disse ao Público que não podia falar sobre as conclusões dos peritos, apesar de considerar que deviam ser divulgadas.

No entanto, o especialista em imunologia garantiu que o parecer “não contradiz” o que foi elaborado pela comissão, apesar de “não ser fechado, incluir cenários e considerações” e referir “falhas de informação” que devem ser colmatadas.

O perito diz que se concluiu que “a prioridade é vacinar as crianças com fatores de risco, mas a análise de benefício-risco mostra que a vacinação das crianças saudáveis também deve ser recomendada”.

“Agora, quando deve ser feita? Isso depende da disponibilidade das vacinas, da logística e da forma como o processo de vacinação é implementado”, acrescentou.

Já Manuel Carmo Gomes, em entrevista à SIC Notícias, considerou que a vacinação das crianças pode evitar, nos próximos quatro meses, mais de 13.500 novos casos, 50 internamentos em enfermaria e cinco em unidades de cuidados intensivos (UCI) dentro da faixa etária dos cinco aos 11 anos.

O membro da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 sustentou ainda que a decisão foi consensual e que os benefícios de vacinar os menores superaram “largamente” os riscos.

Já em relação aos eventuais riscos, o especialista estimou que, nos próximos quatro meses, podem vir a existir sete casos de miocardites. “Mas isto é feito com base na dose dos adultos e é uma visão pessimista, é o pior cenário possível.”

Esta terça-feira, a Direção-Geral da Saúde decidiu avançar com a recomendação da vacina contra a covid-19 para crianças entre os 5 e 11 anos, com “prioridade para as crianças com doenças consideradas de risco para covid-19 grave”.

A vacina que vai ser administrada será a da Pfizer, que já foi aprovada para uso pediátrico pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Recorde-se que, nas últimas semanas, a faixa etária entre os cinco e 11 anos tem registado um elevado número de infeções por covid-19.

Apesar de alguns especialistas considerarem que os riscos da vacina não superam os benefícios no caso dos mais novos, a DGS seguiu a recomendação da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 (CTVC).

ZAP //

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