Governo “em decomposição”. Costa é o principal culpado, diz Marques Mendes

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Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes

O comentador afirmou que o primeiro-ministro “não teve o mínimo cuidado” nas escolhas que fez para a composição do Governo.

Luís Marques Mendes, antigo líder do PSD e conselheiro de Estado, entende que “se esta degradação continuar, vai ser difícil o Governo chegar a 2026”, isto porque, no seu entender, “na política não há milagres“. O também comentador da SIC, dividiu a atual legislatura em duas fases: a primeira correspondente até meio de 2024 e a segunda até 2026, para quando estão previstas as legislativas.

“Esta legislatura tem duas fases: uma fase até meio 2024 e outra depois de 2024. Se as coisas correm mal ao PS e ao Governo nas eleições europeias, corre-se o risco de haver uma dissolução e eleições antecipadas e já não haverá segunda fase da legislatura”, descreveu Marques Mendes. Apesar de se mostrar a favor do “cumprimento dos mandatos”, o comentador entende que o pós-eleições europeias pode ser um bom momento para Marcelo Rebelo de Sousa considerar o uso da “bomba atómica constitucional“.

Para Marques Mendes, António Costa é o principal culpado do momento que o Executivo está a atravessar. “Não há maior desautorização de um primeiro-ministro do que aconteceu naquela tarde“, disse, referindo-se à tarde de quinta-feira, quando António Costa defendia a permanência da secretária de Estado da Agricultura no Governo, para, minutos depois, esta apresentar a demissão na sequência de declarações do Presidente da República. O “Governo parece que está em decomposição” e o “primeiro-ministro em perda de autoridade“, continuou.

Ainda no campo da responsabilização de António Costa, o conselheiro de Estado afirmou que o primeiro-ministro “não teve o mínimo cuidado” nas escolhas que fez para a composição do Governo, o que fez com que este se tornasse um “motivo de anedota”. “É ridículo e o ridículo mata a credibilidade de Governo“. O comentador sublinhou que, ao contrário dos portugueses, prejudicados por estas polémicas — “um Governo que tem de tratar destes casos e casinhos não tem cabeça, nem credibilidade para tratar dos casos sérios que, depois, de agravam” —, “os populistas, os radicais e os extremistas” esfregam “as mãos de contente“.

Marques Mendes deixou ainda críticas ao ministro das Finanças — que acusou de ser “negligente” por ter nomeado Alexandra Reis para o Governo — e à ministra da Agricultura — por ter sido “displicente” na nomeação de Carla Alves. As duas situações, notou, evidenciam a “insensibilidade do Governo em relação às questões da ética e da transparência“.

No espaço de comentário semanal, Marques Mendes abordou ainda a proposta feita por António Costa, na Assembleia da República, para a criação de um mecanismo formal de avaliação dos governantes propostos, antes ainda destes tomarem posse. No entanto, no entender do comentador a apresentação da ideia não foi feita da melhor forma, já que pressupunha o envolvimento do Presidente da República.

“Qualquer solução tem de envolver a Assembleia da República e não o Presidente da República”, estabeleceu, lembrando que há algum tempo que defende a realização de uma “audição parlamentar para ver se no seu passado ou no seu currículo há conflitos de interesses ou questões éticas”. Essa audição, defende, por si só já tem um “efeito dissuasor”.

ZAP //

3 Comments

  1. Se forem analizar/investigar a maior parte dos politicos ate se assustam, não só pela credibilidade como pela competência e isto vê-se pelos vencimentos à muitos gestores públicos a ganhar muito mais que o primeiro ministro que devia ser o grande gestor de Portugal. A tap é um exemplo, que agora está na berra. Já agora gostava de saber porque não acabar com uma empresa que leva o dinheiro dos nossos impostos ?????

  2. Este senhor é mesmo um acérrimo defensor da verdade , até dá vontade de rir… parece o bruxo de Fafe. Ele e o antigo presidente da República. Os 2 juntos…o país era absorvido pelos Salgados e afins.

  3. Eu acredito que sim.
    Aliás, o cheiro no ar já não deixava qualquer dúvida sobre o estado do corpo governativo. Fede de podre…!

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