Já se perguntou a razão dos pêssegos ostentarem aquela pelugem curta e macia? Embora não pareça fazer muita diferença aos nossos olhos, para a sobrevivência e espalhamento dos pessegueiros, esse traço evolutivo é bastante importante.
Além de ser um mecanismo de defesa contra animais e até humanos, a característica também ajuda a fruta a resistir ao apodrecimento mais eficientemente.
Para começar, os filamentos do pêssego dificultam o pouso e equilíbrio de inseto na sua superfície, tornando-a irregular e evitando que a parte externa seja comida e a polpa seja usada para depositar ovos. Alguns humanos, inclusive, acabam sendo afastados por isso — há algumas alergias a pêssego que fazem a pelugem causar reações anafiláticas severas em algumas pessoas através do componente rPru p 3, embora possam comê-lo sem casca.
Além da proteção contra quem deseja alimentar-se da fruta, a característica também protege a casca fina e polpa mole do pêssego, que, normalmente, seria vulnerável aos microorganismos presentes no mofo e no bolor.
Os pequenos fios afastam a humidade, que tem dificuldade para ficar na sua superfície. Embora os pêssegos não sejam à prova de água, a sua proteção é suficiente para ganhar tempo, permitindo que a fruta cresça e amadureça na árvore.
Pêssego e sua família
Mesmo com a proteção externa, os pêssegos possuem uma curta expectativa de vida depois de colhido, ao menos quando comparado com outras frutas. Em duas semanas, eles já estão apodrecidos, reduzidos a uma massa orgânica que deixa a semente por conta própria na natureza. A sua categorização como fruta “real”, aliás, é um tanto complicada.
Os pêssegos são, do ponto de vista da taxonomia, uma drupa, tipo de fruta formada por uma parte externa polpuda guardando uma casca que contém uma única semente. Outros seres no grupo das drupas são os abacates, cerejas, amêndoas e nozes, por exemplo.
A família dos pêssegos é a Rosaceae, a mesma dos pêssegos e das rosas de jardim. Toda ela está envolvida em reações alérgicas à comida, principalmente em adolescentes e adultos, com o pêssego a estar entre as mais comuns relacionadas com tais incidentes. As alergias também explicam o por que os abacaxis magoam a boca de algumas pessoas, por exemplo.
Para quem não tem alergia à pelugem, no entanto, boas notícias — a casca do pêssego é repleta de benefícios nutricionais, com cada unidade da fruta a conter cerca de 15% das necessidades diárias de um adulto em relação à vitamina C e 6% do necessário da vitamina A.
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