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“Pandemia de partos agendados”? DGS nega que existam normas para os induzir

Manuel De Almeida / Lusa

A diretora-geral da Saúde recusou que exista qualquer recomendação para a indução de parto ou cesariana sem indicação clínica durante a pandemia de covid-19, notando que a decisão deve ser articulada entre os clínicos e as mães.

Na conferência de imprensa diária desta sexta-feira sobre a pandemia de covid-19 no país, Graça Freitas assegurou não existir, “até ao momento”, prova de risco de transmissão do novo coronavírus através do leite materno de mães infetadas, pelo que os seus benefícios recomendam continuar a administrá-lo, mesmo que prescindindo da amamentação ou usando máscara durante a mesma.

A diretora-geral da Saúde notou ainda que esta decisão deve, também, ser articulada entre a mãe e o clínico assistente.

A Associação pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto (APDMGP) alertou na quinta-feira a DGS de que há grávidas a ser sujeitas a indução do trabalho de parto e a cesarianas sem indicação clínica devido à pandemia de covid-19.

Numa carta enviada à DGS, a que a agência Lusa teve acesso, a APDMGP referia que estava a relatos cada vez mais frequentes destas situações, pedindo à DGS que tomasse uma posição sobre este assunto.

“Sabemos, concretamente, que há inúmeras instituições de saúde em que está a ser imposto às grávidas a realização do teste do novo coronavírus às 39 semanas de gestação e, caso seja positivo, estas são encaminhadas para outro hospital“, refere a associação.

Para a APDMGP, podia ler-se na carta, é “um dever das autoridades de saúde dotar as mulheres, as famílias e os profissionais de informação adequada e contextualizada, reduzindo os quadros de incerteza e desigualdade, e travar esta outra pandemia de partos agendados, seja por indução ou por cesariana, que atualmente se verifica”, lembrando que “a escolha é sempre da mulher, no pleno exercício dos seus direitos”.

ZAP // Lusa

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