Rei dos Países Baixos pede desculpa à Indonésia pela violência colonial

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Rei dos Países Baixos, Willem-Alexander

Em visita à Indonésia, o casal real holandês tentou sarar as feridas do passado colonialista. O rei dos Países Baixos, Willem-Alexander, pediu desculpas pela “violência excessiva” sofrida pela Indonésia durante a sua luta pela independência após a II Guerra Mundial.

“Nos anos seguintes ao Proklamasi (declaração de independência da Indonésia em 1945), uma separação dolorosa ocorreu à custa de muitas vidas humanas (…). Eu gostaria de expressar a minha consternação e peço desculpas pela excessiva violência por parte dos holandeses nesses anos”, disse o rei durante uma visita de Estado à Indonésia.

“Faço isso com a plena consciência de que as famílias afetadas continuam a sentir dor e sofrimento”, acrescentou Willem-Alexander, após uma cerimónia ao lado do Presidente da Indonésia, Joko Widodo.

A Indonésia declarou independência em 17 de agosto de 1945, após um curto período de ocupação pelo Japão e várias centenas de anos de colonização pelos Países Baixos. O reino europeu não aceitou a independência da sua antiga colónia até 1949, após quatro anos de um conflito que deixou milhares de mortos.

Esta é a primeira vez que a monarquia dos Países Baixos pede desculpas pela repressão ao movimento de independência da Indonésia, segundo várias fontes, incluindo um alto funcionário do Governo indonésio. A embaixada dos Países Baixos na Indonésia não comentou.

Em 2013, o Governo holandês pediu desculpas à Indonésia pelos massacres perpetrados pelo seu exército após 1945. O Governo dos Países Baixos também prometeu indemnizar os parentes dos que morreram nos massacres, mas nem todos os valores foram pagos, segundo o Comité para a Dívida de Honra dos Países Baixos (KUKB), uma associação indonésia sediada no país europeu.

“O nosso país sofreu muito com os crimes dos holandeses e estes têm de pagar pelo que fizeram”, disse à AFP Jeffry Pondaag, presidente do comité.

A visita à Indonésia do rei Willem-Alexander e da rainha Maxima foi ofuscada por um acidente de um barco que deixou sete mortos e feriu 20 pessoas, incluindo dois funcionários da embaixada dos Países Baixos. O acidente ocorreu durante uma visita preparatória do deslocamento do casal real na ilha de Bornéu.

ZAP // Lusa

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