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Páginas ocultas do PRR revelam “reedição da troika” na reforma aos hospitais

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Caroline Blumberg / EPA

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê uma concentração das urgências da Grande Lisboa e Grande Porto, cortes nos gastos e uma gestão dos hospitais mais vigiada com imposição de objetivos financeiros.

O jornal Expresso avança que estas metas fazem parte de páginas ocultas do documento com reformas acordadas com Bruxelas. Apesar dos milhões investidos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Governo traz de volta várias linhas de ação definidas com a troika.

As reformas estão presentes nas 1.738 páginas do plano que o Governo tinha escondido inicialmente, mas que tornou público no domingo.

Os administradores hospitalares mostram-se descontentes com algumas das medidas e acusam até de ser “uma reedição da troika”.

Esta reforma procura diminuir os alegados desperdícios no SNS e ganhar “eficiência”. Para tal, o Governo quer identificar serviços que sirvam as áreas metropolitanas durante a noite e fins de semana, permitindo a partilha de profissionais, para poder concentrar num serviço determinadas especialidades médicas e cirúrgicas mais diferenciadas.

Além disso, o Governo vai impor “contratualização interna em todos os hospitais do SNS, de forma a promover o alinhamento dos objetivos e das responsabilidades entre todos os níveis da hierarquia hospitalar”. O desempenho do gestor de cada hospital será escrutinado, obrigando ao “reporte de informação económico financeira mensal, trimestral e/ou anual”.

O Executivo entende que é um risco e que há a necessidade de “adesão por parte dos hospitais e dos serviços hospitalares”.

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares admite que é preciso fazer mudanças. Alexandre Lourenço diz que “esta nova reedição da troika não apresenta soluções” no que toca à coordenação e controlo da rede hospitalar.

António Costa não só terá de convencer os administradores hospitalares, como também sente a pressão do compromisso que fez com Bruxelas. Alguns dos passos da reforma estão previstos já para o final deste ano e são classificados como essenciais para as transferências da ‘bazuca’.

Por outro lado, o PRR prevê um “regime excecional de contratação de recursos humanos”, em cima das contratações já feitas. Isto é algo que agrada os partidos de esquerda, já que foi um ponto crucial para a esquerda acordar a Lei de Bases da Saúde.

Daniel Costa, ZAP //

5 Comments

  1. Ora tomem lá. Esconder para poder trafulhar à vontade. O roubo vai ser tanto que já tem de “troikar” algumas coisas senão não dá para comerem todos.

  2. Grande novidade… A troika nunca deixou o país. Em 2015 a troika passou a chamar-se geringonça e em 2019 Xuxalismo.
    Aliás, “resiliência” é uma palavra que significa “capacidade de voltar ao estado anterior” ou seja para bom entendedor meia palavra basta. O PRR é o plano para se voltar atrás. Que ninguém se iluda, com os xuxalistas no governo haverá sempre retrocesso, se esperarem muito bem aí mais uma bancarrota. Não sei se foi aqui noticiado mas deveriam saber que Portugal voltou a bater mais um recorde de dívida pública

  3. Grande novidade… A troika nunca deixou o país. Em 2015 a troika passou a chamar-se geringonça e em 2019 Xuxalismo.
    Aliás, “resiliência” é uma palavra que significa “capacidade de voltar ao estado anterior” ou seja para bom entendedor meia palavra basta. O PRR é o plano para se voltar atrás. Que ninguém se iluda, com os xuxalistas no governo haverá sempre retrocesso, se esperarem muito vem aí mais uma bancarrota. Não sei se foi aqui noticiado mas deveriam saber que Portugal voltou a bater mais um recorde de dívida pública, está agora em 137,1% do PIB! Andam para aí a falar em bazucas… Por acaso até dava jeito uma, para fazer pontaria ao Palácio de S. Bento!

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