Em março deste ano, o valor das dívidas vencidas há mais de 90 dias do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estava em 317 milhões de euros.
Segundo o jornal Público, que analisou os dados disponíveis no Portal do SNS, o valor das dívidas vencidas há mais de 90 dias em março estava em 317 milhões de euros, o que representa um aumento de 50% quando comparado com o valor de janeiro (211 milhões).
No mesmo mês, o total da dívida aos fornecedores, valor que engloba também as faturas que ainda estão dentro dos prazos acordados e cujo prazo não foi cumprido mas ainda não ultrapassou os 90 dias, estava nos 1723 milhões de euros. O matutino escreve que esta fatia era de quase 900 milhões, mais 16% quando comparado ao primeiro mês de 2021.
“Houve uma melhoria ténue no ano passado, mas este ano voltou a agravar-se. Como associação temos cerca de 215 milhões de dívida total por parte do SNS”, dos quais 109,3 milhões relacionados com dívida vencida, disse ao diário Filipe Granja Paias, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (Apormed), cujos associados representam entre 70% a 80 % do mercado hospitalar público.
“Mais de 65% das empresas nossas associadas tiveram um impacto negativo, muito negativo ou severo na sua atividade. Ao mesmo tempo, as empresas têm de pagar uma contribuição extraordinária entre 1,5% e 4% sobre as suas vendas” ao SNS, lembra ainda o responsável.
No caso da indústria farmacêutica, a Apifarma, associação que representa 116 empresas, tem contabilizada uma dívida total de 759,2 milhões de euros em março, “dos quais 456,9 milhões de euros respeitantes a dívida vencida”.
Questionado sobre estes pagamentos em atraso, o Ministério da Saúde disse que “o Governo tem vindo a trabalhar no sentido de tornar os orçamentos das entidades da saúde mais equilibrados“.
