Afinal, o ouro cresce (literalmente) nas árvores

Na Austrália os caçadores de ouro só precisam de árvores se o quiserem encontrar. Sim, é mesmo isso que está a ler. O ouro cresce (literalmente) em árvores.

De acordo com vários estudos científicos, as raízes de certas árvores alcançam filões de ouro — que acaba nas suas folhas.

Segundo o IFL Science, há folhas com ouro, especialmente em árvores de eucalipto, que são capazes de transportar partículas microscópicas deste metal precioso desde depósitos profundos, graças às suas raízes incrivelmente longas.

As raízes de Eucalyptus marginata podem estender-se por 40 metros no solo à procura de água numa terra árida — e parece que apanham algumas coisas pelo caminho.

Um estudo publicado na Nature Communications em 2013 revelou que existem árvores de folhas de ouro na Austrália.

A dada altura pensou-se que a deteção de ouro em amostras de plantas estava relacionada com a contaminação da superfície, em vez de ter sido absorvido pelo ambiente, mas a investigação mostrou que é possível, em determinadas circunstâncias, o ouro escalar a raiz do eucalipto até à superfície.

As descobertas foram replicadas em estufa, cultivando plântulas em vasos de areia com ouro. Tal como os seus parentes selvagens, a microscopia eletrónica de varrimento revelou partículas de Au nas suas folhas.

Em 2019, a aparência dourada de algumas árvores permitiu a uma empresa australiana encontrar ouro no subsolo.  Segundo a New Scientist, a veia de 6 metros do metal precioso, de símbolo químico 79Au, continha 3,4 gramas de ouro por tonelada, a uma profundidade de 44 metros.

Foi uma descoberta notável, uma vez que o depósito estava a 450 metros (1.476 pés) de qualquer outra fonte de ouro conhecida.

Em Portugal, o ouro é outro, e é branco. A corrida ao lítio tornou o nosso país, que tem as sextas maiores reservas mundiais deste metal, no sétimo maior produtor mundial. A primeira refinaria de lítio da Europa vai ser construída no nosso país, em Setúbal.

A partir de 2035, os novos carros vendidos na União Europeia não podem produzir emissões de CO2. Assim, a aposta nos elétricos surge como inevitável, e o lítio que as alimenta poderá mesmo tornar-se o “ouro branco” de Portugal.

Teresa Campos, ZAP //

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