Universidade de Harvard
Localização das amostras de ADN utilizadas para o estudo (a vermelho)
Yamna, o povo que tomou conta da Eurásia há cerca de 5000 anos, era originário da região onde hoje se situa a Ucrânia.
Os humanos modernos (Homo sapiens) chegaram à Europa em três vagas, explica a New Scientist. A primeira foi a dos caçadores-recoletores, que chegaram há cerca de 45 000 anos. Seguiram-se os agricultores, que vieram do Médio Oriente há cerca de 9000 anos.
O terceiro e último grupo veio das estepes da Eurásia Central. Surgiram há cerca de 5300 anos e espalharam-se pela Europa nos 1800 anos seguintes. O seu nome deve-se aos seus enterramentos caraterísticos em covas: Yamna em ucraniano ou Yamnaya em russo.
Assim revela um novo estudo, publicado na Nature, da Universidade de Harvard, que na verdade está há uma década a analisar vestígios de ADN antigo de 435 pessoas da Eurásia Central que viveram entre 8400 e 4000 anos atrás, para chegar a esta conclusão.
Os povos do Cáucaso juntaram-se na região que agora é a Ucrânia aos caçadores-recoletores locais, e formaram uma cultura chamada Serednii Stih. Foi daí que nasceram os Yanna, que depois se espalharam por toda a Europa.
A mistura pode ter acotecido no sítio arqueológico de Mykhailivka, nas margens orientais do rio Dnipro, na Ucrânia.
E um elemento essencial para a sua expansão pela Europa a utilização de carroças com rodas puxadas por cavalos. “Estas pessoas, com os seus cavalos e carroças, podiam ir longe rapidamente”, afirma a investigadora Lehti Saag.
Há quem acredite que a sua tomada de todo o continente se deva ao facto de serem grandes assassinos expansionistas, mas há também quem desconfie que, como diz Saag, “que na altura em que chegaram, não houvesse muitas pessoas na Europa, pelo que não tiveram de lutar“, uma vez que houve uma misteriosa redução do número de habitantes de todo o continente no período anterior à sua expansão.
E propagaram também os seus hábitos, como a própria língua ou o hábito de utilizar canábis como droga psicoativa.
No fundo, somos todos descendentes deste povo, que ocupou a Europa há 5 mil anos, originário de um local que é hoje tão diferente do lugar onde nos encontramos.
Porque não chechenos?
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