O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou este domingo que “todas as opções estão sobre a mesa” para “garantir que a democracia prevalece” na Venezuela e avisou que Washington “vai tomar medidas” após os distúrbios registados sábado.
“Todas as opções estão sobre a mesa. Vamos fazer o que for necessário para garantir que a democracia prevalece e que há um futuro melhor para o povo venezuelano”, referiu o secretário de Estado durante uma entrevista à cadeia de televisão Fox, em que foi questionado sobre a possibilidade de haver uma intervenção militar.
“Os dias de Maduro estão contados”, precisou Mike Pompeo citado pela agência noticiosa Efe. O responsável da Administração Trump considerou o dia de sábado um “dia trágico”, tendo em conta os atos violentos que rodearam a entrada dos primeiros camiões com ajuda humanitária e que acabaram por resultar na morte de pelo menos quatro pessoas e em quase 300 feridos.
Neste contexto, Pompeo afirmou que Washington “vai tomar medidas”.
“Há mais sanções que podem ser aplicadas e mais assistência humanitária para oferecer”, precisou ainda o responsável pela diplomacia dos EUA, numa outra entrevista à CNN, mas sem avançar mais detalhes.
Mike Pompeo assinalou que o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, participa na segunda-feira numa reunião do Grupo de Lima, que vai decorrer em Bogotá (Colômbia), onde os EUA vão reafirmar o seu apoio a Juan Guaido como o Presidente legítimo da Venezuela.
Através da plataforma Twitter, o secretário Estado escreveu que “os Estados Unidos tomarão medidas contra aqueles que se opõem à restauração pacífica da democracia na Venezuela”, mas acrescentou que, “por agora, o tempo é de agir para apoiar as necessidades do desesperado povo venezuelano”.
Por sua vez, o ministro dos Assuntos Exteriores de Espanha, Josep Borrel, avisou este domngo que Espanha não apoiará uma intervenção militar estrangeira na Venezuela e assegurou que nem todas as soluções sobre a mesa ajudam a encontrar uma saída.
“Nem todas as soluções estão sobre a mesa. Temos dito claramente que não apoiaremos e condenaremos firmemente qualquer intervenção militar estrangeira, que esperamos que não venha a acontecer”, referiu o governante à entrada para aa cimeira entre a União Europeia e a Liga Árabe, que hoje arrancou no Egito.
Citado pela agência Efe, o ministro precisou que a solução para a Venezuela tem de resultar de uma solução democrática, que envolva o povo venezuelano, e da realização de eleições presidenciais.
Guterres chocado com as mortes
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou-se também este domingo chocado com as mortes registadas no sábado na Venezuela e apelou a que não se use “força letal em nenhuma circunstancia”.
Numa nota publicada este domingo publicada no site das Nações Unidas, o porta-voz de Guterres, Stephane Dujarric, afirmou que o secretário-geral da ONU “está a acompanhar com preocupação crescente a escalada de tensão na Venezuela”.
“Ficou chocado e entristecido por saber que alguns civis perderam a vida no contexto dos acontecimentos de ontem [sábado]. O secretário-geral apela a que a violência se evite a qualquer custo e a que a força letal não seja usada em nenhuma circunstância”, lê-se ainda na nota de Dujarric.
O porta-voz de António Guterres afirma ainda que o líder das Nações Unidas “apela à calma e insta todos os envolvidos a reduzir a tensão e desenvolver todos os esforços para evitar mais escaladas”.
ZAP // Lusa