Os cientistas estão a ficar assustadoramente bons a ver pessoas através das paredes

ZAP // Gerd Altmann / Pixabay

Apesar de parecer uma tecnologia inovadora, a verdade é que os cientistas usaram, sobretudo, sinais Wi-Fi.

Uma equipa de investigadores da Universidade Carnegie Mellon desenvolveu um método para detetar a forma tridimensional e os movimentos do corpo humano quando este está num quarto, recorrendo apenas a routers de Wi-Fi.

A partir destes aparelhos, os cientistas aplicaram o DensePose, um sistema que serve para mapear todos os píxeis existentes na superfície do corpo humano numa fotografia e que foi desenvolvido por investigadores londrinos e pertencentes ao departamento de Inteligência Artificial do Facebook.

A partir dessa ferramenta, os cientistas criaram uma rede neural profunda que identifica a fase e a amplitude dos sinais Wi-Fi enviados e recebidos pelos routers — de forma a coordená-los com os corpos humanos, descreve a Vice.

Este é um avanço significativo no objetivo dos cientistas de identificar e visionar pessoas sem que para tal seja necessário recorrer a câmaras ou a hardware LiDAR. Em 2013, por exemplo, uma equipa de investigadores do MIT descobriu uma forma de ver através de paredes por via do sinal dos telemóveis.

Cinco anos depois, em 2018, foi a vez de outra equipa, do mesmo instituto, também usar Wi-Fi para detetar pessoas em quartos e traduzir os seus movimentos em figuras animadas.

No caso dos autores da investigação atual, estes acreditam que o sinal Wi-Fi “pode servir como um substituto omnipresente” às câmaras RGB normais, sobretudo quando se trata de “mapear” as pessoas num quarto.

Por via do Wi-Fi, especificam, a tecnologia é capaz de contornar dificuldades como a pouca luz ou a oclusão das tradicionais lentes.

Surpreendentemente, a equipa considera que este é um avanço também em termos de privacidade — um tópico que tanta tinta tem feito correr graças ao uso indevido dos dados pessoais na internet por parte de sites como o Facebook.

No artigo científico publicado em dezembro no repositório arxiv, os autores escrevem que este método “protege a privacidade dos indivíduos” e que o “equipamento exigido pode ser adquirido a prelos razoáveis”.

“Na realidade, a maioria das casas em países desenvolvidos já têm Wi-Fi, e esta tecnologia pode prolongada para monitorizar o bem-estar dos idosos ou apenas identificar comportamentos suspeitos em casa”.

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