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Todos os anos são retiradas da orla costeira dos Açores até 12 toneladas de lixo

mustha / Flickr

Fajã da Caldeira de Santo Cristo, Açores

Todos os anos são retirados da orla costeira das ilhas dos Açores entre 10 a 12 toneladas de lixo marinho, a maioria plástico, que dá à costa por influência das correntes e das marés.

Os dados foram revelados hoje por Gui Menezes, secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia do Governo açoriano, no âmbito de uma campanha designada “lixo zero”, que vai decorrer em todo o arquipélago para alertar a população para o problema.

“As estatísticas que temos indicam que, todos os anos, se limpam entre 10 a 12 toneladas de lixo nas orlas costeiras dos Açores”, explicou o governante, lembrando que a própria sociedade civil açoriana está cada vez mais desperta para este problema e tem-se mobilizado para fazer campanhas de limpeza da orla costeira.

Gui Menezes falava aos jornalistas na Praia de Porto Pim, na ilha do Faial, uma das praias da região que mais lixo acumula, devido à sua localização, virada a sul, aparentemente mais exposta às correntes marinhas.

“É uma baía mais confinada e, infelizmente, acumulam-se aqui muitos plásticos, de pequenas dimensões”, recordou o secretário regional do Mar, acrescentando que, por essa razão, Porto Pim é também “uma das praias mais monitorizadas” da região.

O governante lembrou ainda que o executivo regional socialista tem vindo a lançar “uma série de iniciativas” para reduzir a utilização de plásticos descartáveis e no sentido de se produzir menos plásticos no futuro.

“O plástico nos Açores aparece em todos os ecossistemas marinhos, tanto em profundidade como na superfície, nas praias e nas zonas balneares”, lembrou Gui Menezes, acrescentando que, por essa razão, estão também a decorrer vários trabalhos e projetos científicos ligados a esta temática.

O secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia recordou os dados recolhidos, por exemplo, no âmbito da campanha “SOS Cagarro”, uma ave protegida na região, que indicam que 90% dos juvenis que foram analisados em laboratório, depois de terem sido encontrados mortos, “tinham lixo no seu estômago”. “Isto é muito preocupante”, vincou.

A campanha “lixo zero” está integrada numa outra campanha de sensibilização ambiental mais vasta, denominada “Entre Mares”, que prevê iniciativas de sensibilização ambiental, destinadas às escolas e ao público em geral, e ainda um concurso de trabalhos artísticos, em diversas áreas, relacionados com a problemática da conservação dos oceanos.

// Lusa

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