Apoiantes da oposição polaca e grupos de defesa dos direitos civis contestam a validade das eleições, falando em irregularidades e fraude.
No passado dia 13 de julho, o chefe de Estado polaco, Andrzej Duda, venceu a segunda volta das eleições Presidenciais com 51,21% dos votos, derrotando o liberal Rafal Trzaskowski.
Mas, esta semana, escreve o jornal New York Times, apoiantes de Trzaskowski, que é também presidente da Câmara de Varsóvia, mas também outros cidadãos anónimos e grupos de defesa dos direitos civis, fizeram chegar à Justiça várias ações judiciais para contestar a validade das eleições.
Os críticos alegam que tanto a campanha como a votação ficaram marcadas por irregularidades e fraude. Segundo o jornal norte-americano, os polacos no estrangeiro, por exemplo, queixam-se que dezenas de milhares de votos podem ter ficado por contar.
Além disso, também há testemunhos de resultados estranhos em lares de idosos, onde, alegadamente, o atual Presidente ganhou com uma percentagem de 100% e, ainda, suspeitas de boletins de voto extra que chegaram a algumas mesas de voto.
Cezary Tomczyk, responsável pela campanha de Trzaskowski, também diz ter ficado a saber de situações em todo o país em que os boletins de voto não tinham o carimbo necessário.
Além das questões europeias, a campanha eleitoral ficou marcada por assuntos ligados à influência da Igreja Católica (que apoiou Duda), a supressão de liberdade nos meios de comunicação do Estado, assim como os ataques dos conservadores contra a comunidade LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero].
Andrzej Duda é apoiado pelo Partido da Lei e da Justiça, que se encontra no poder, e defendeu os valores tradicionais durante a campanha eleitoral, num país fortemente marcado pelo catolicismo.
Assim que se aproximava a data das eleições, o discurso de Duda dirigiu-se ao eleitorado de direita, com ataques aos homossexuais e afirmando que o movimento LGBT “é uma ideologia pior do que o comunismo”.