O chefe de Estado polaco venceu a segunda volta das eleições Presidenciais com 51,21% dos votos, derrotando o liberal Rafal Trzaskowski, anunciou, esta segunda-feira, a Comissão Eleitoral.
Segundo a Comissão Eleitoral, Andrzej Duda conseguiu a reeleição com 51,21% dos votos, após a contagem de 99,97% das assembleias de voto.
O candidato da oposição, Rafal Trsaskowski, autarca de Varsóvia, conseguiu 48,79% dos votos na segunda volta das Presidenciais, que se realizaram no domingo.
Duda é reeleito para um mandato de cinco anos. Mesmo assim, o elevado resultado do candidato da oposição em relação à sua recandidatura reflete as profundas divisões no país, designadamente em relação à União Europeia.
Além das questões europeias, a campanha eleitoral ficou marcada por assuntos ligados à influência da Igreja Católica (que apoiou Duda), a supressão de liberdade nos meios de comunicação do Estado, assim como os ataques dos conservadores contra a comunidade LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero].
Andrzej Duda é apoiado pelo Partido da Lei e da Justiça, que se encontra no poder, e defendeu os valores tradicionais durante a campanha eleitoral, num país fortemente marcado pelo catolicismo.
As políticas do Partido da Lei e da Justiça que introduziu um subsídio de 125 euros por cada criança a todas as famílias do país e que atribuiu um bónus às pensões de reforma, ganhou desta forma o apoio das populações mais rurais mais carenciadas.
Apesar das medidas de cariz social, o partido no poder está em conflito com a União Europeia após a adoção de legislação que na prática controla o aparelho judicial polaco.
Os líderes conservadores usaram também uma retórica considerada discriminatória contra a comunidade LGBT e foram acusados de transformar a televisão pública num instrumento de propaganda durante a campanha de reeleição de Duda.
As eleições de domingo deviam ter-se realizado no passado mês de maio, mas foram adiadas por causa das medidas contra a propagação da pandemia de covid-19.
Trzaskowski, antigo parlamentar europeu, defendeu os valores democráticos e apelou à unidade dos polacos, contando com o apoio da Plataforma Cívica, uma formação política que destaca o Estado de bem-estar como principal ponto da agenda.
A Plataforma Cívica esteve à frente do Governo polaco entre 2007 e 2015.
Assim que se aproximava a data das eleições, o discurso de Duda dirigiu-se ao eleitorado de direita, com ataques aos homossexuais e afirmando que o movimento LGBT “é uma ideologia pior do que o comunismo“.
Como presidente da Câmara Municipal de Varsóvia, Trzaskowski assinou uma declaração de tolerância para com o movimento LGBT no ano passado, numa altura em que os conservadores acusavam os homossexuais de estarem a importar ideias do estrangeiro.
A União Europeia denunciou a retórica contra os homossexuais polacos.
Por outro lado, a campanha de Duda também acusou o líder da oposição de “estar a vender a Polónia a famílias judias”, promovendo sentimentos antissemitas num país seriamente atingido por perseguições contra a comunidade judaica ao longo da História, sobretudo durante a ocupação nazi (1939-1945).
A campanha conservadora acusou também o candidato liberal de ligações e de receber apoio da Alemanha.
Presidente da República cumprimenta homólogo polaco
O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, cumprimentou o Presidente reeleito da Polónia, a quem desejou sucesso no desempenho das suas funções, mas deixando uma nota sobre a importância do Estado de direito.
De acordo com uma mensagem publicada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa “cumprimentou o Presidente da República da Polónia, por ocasião da sua reeleição, expressando votos de sucesso para o desempenho das altas funções que agora reiniciará”.
Na mesma mensagem, lê-se que o chefe de Estado português congratulou o seu homólogo polaco, “sublinhando a importância da defesa e contínua promoção dos valores fundacionais do projeto europeu, nomeadamente o Estado de direito, a solidariedade e a coesão, bem como dos princípios que nos unem no contexto internacional, mormente o multilateralismo, a defesa dos direitos humanos, o diálogo e a cooperação”.
ZAP // Lusa
Portugal precisa urgentemente, de um presidente do nível do Duda polaco, que não se põe de cócaras a um qualquer 1º ministro apenas com o fito de ganhar nova ascenção ao poder nem de um ‘tira-selfies’ por tudo e por nada. Portugal precisa de um presidente que governe e não que passeie!