Opiniões divergem. Pico da quinta vaga pode acontecer entre 20 e 24 de janeiro ou já ter passado

Especialistas mostram-se preocupados com o número de óbitos, o qual deve continuar a aumentar nos próximos dias.

Afinal, as previsões que indicavam que Portugal poderia atingir (ou até superar) os 100 mil casos diários de infeção por covid-19 no presente mês de janeiro podem não se concretizar. Na realidade, nem os peritos conseguem apontar com certeza quando é que o pico da vaga atual — a quinta — irá acontecer ou se até já passou. De acordo com as estimativas da Ordem dos Médicos e do Instituto Superior Técnico, os dias com mais casos (não mais do que 50 mil) deverão acontecer entre 20 e 24 de janeiro. No entanto, Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, considera que o pico já ocorreu.

“Há uma estabilização no número de casos, visível não só a nível dos números nacionais e da tendência da transmissibilidade, mas também a nível regional”, descreve.

As duas previsões estão de acordo no que respeita ao número de cidadãos que estarão confinados na altura das eleições: 400 mil, o que traduzirá em 180 a 250 mil eleitores, avançou Miguel Guimarães ao jornal Público. Segundo o médico, no final de janeiro ou início de fevereiro “toda a população residente em Portugal terá algum tipo de imunidade” devido à toma da vacina ou a uma infeção, graças à mais elevada transmissibilidade da variante Ómicron.

No que respeita aos internamentos, a Ordem dos Médicos e o Instituto Superior Técnico apontam para números totais (enfermarias e unidades de cuidados intensivos) de 2500 camas ocupadas. Concretamente nas unidades intensivos, o número de internados não deve ultrapassar os 250. Também aqui Carlos Antunes discorda, perspetivando os cuidados intensivos com uma ocupação entre os 180 ou os 190.

A maior preocupação cinge-se ao número de mortes, com os especialistas a destacarem que o país já tem vindo a registar mais de 30 mortes por dia, o que está acima do limiar dos 20 óbitos por milhão de habitantes nos últimos dias. De acordo com as estimativas de Carlos Antunes, a “tendência de subida” deve manter-se, havendo a “possibilidade de chegar aos 40 óbitos diários”. “Normalmente os internamentos e os óbitos têm um atraso relativamente ao pico da incidência, que ocorrerá agora.”

De volta ao número de casos, Óscar Felgueiras, matemático, considera que o país está agora “numa fase de planalto”, já que há “muitos casos activos e se se somarem os casos ativos e em vigilância verifica-se um novo máximo de sempre, são 600 mil pessoas”.

“Estamos com uma incidência elevada e que está a tender a estabilizar num nível elevado e que em breve vai começar a descer. Poderá ser agora dentro desta próxima semana que teremos este pico, mas acima de tudo o que tem havido é um forte abrandamento no crescimento e que nos está a fazer aproximar do momento em que vamos começar a ver os casos a baixar”.

ZAP //

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