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Onda de calor provoca apagões, protestos e estado de emergência na Argentina

 

O presidente da Câmara de Buenos Aires, Mauricio Macri, decretou na noite deste sábado o estado de “emergência energética na capital argentina, devido aos constantes cortes de fornecimento, que deixaram milhares de pessoas sem luz nem água no meio da pior onda de calor em 40 anos.

Mauricio Macri explicou aos jornalistas que a administração local tem estado a distribuir água potável pela população, reforçou as equipas de emergência médica e reduziu ao máximo possível o consumo de energia nos departamentos públicos.

No meio da maior onda de calor em 43 anos, os argentinos têm enfrentado apagões e falta de água na capital do país, Buenos Aires, e em outras cidades.

As altas temperaturas dos últimos dias também provocaram pelo menos três mortes – duas na Província de Santiago del Estero e uma em Salta, no norte do país.

Os problemas frequentes nos serviços públicos devido ao calor levaram muitos argentinos às ruas para protestar contra as autoridades.

Os cortes de luz e de água afectam até mesmo os bairros mais nobres e turísticos de Buenos Aires, como a Recoleta.

Muitos argentinos chegaram a ficar até três horas seguidas sem luz.

Os cortes ocorrem por causa da forte procura com a utilização de aparelhos de ar condicionado e ventiladores.

A situação tem provocado uma guerra político entre o governo e as empresas concessionárias de serviços públicos.

O chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, responsabilizou as empresas distribuidoras de energia, Edenor e Edesur, pelos cortes.

“Essas empresas têm um contrato de concessão e devem cumprir com ele. Se os cortes continuarem, os governos nacional e local podem intervir para assumir a gestão”, afirmou.

Por sua vez o ministro do Planejamento, Julio de Vido, afirmou na sexta-feira que o atendimento aos clientes deve ser feito “pessoalmente, não com máquinas”.

“Vamos avaliar as multas que serão aplicadas às empresas e como os utentes serão ressarcidos pelas falhas depois de a onda de calor passar”, afirmou.

Mauricio Macri / Flickr

Mauricio Macri, presidente da Câmara de Buenos Aires

Mauricio Macri, presidente da Câmara de Buenos Aires

Protestos e caos

Em alguns bairros de Buenos Aires, os cortes de energia têm ocorrido diariamente há quase 2 semanas.

Por conta disso, muitos cidadãos têm saído às ruas para protestar. Na sexta-feira, manifestantes fecharam algumas das principais vias de acesso a Buenos Aires, como as estradas 25 de Mayo e Dellepiane, o que provocou um caos no trânsito no centro da cidade.

Em vários cartazes nas mãos dos manifestantes era possível ler a mensagem: “Queremos luz”.

Muitos pediam uma resposta do governo face ao problema, que tem afectado tanto consumidores residenciais como comerciais.

 

Temperatura recorde

O calor tem-se mantido constante nos últimos dias e atingiu níveis recorde para esta altura do ano.

O sistema de Atenção a Emergências de Buenos Aires afirmou que realizou 1.200 atendimentos relacionados com onda de calor, o maior número de atendimentos de sempre na história do serviço.

Segundo o coordenador do órgão, Alberto Crescendi, a maioria dos casos atendidos eram de hipertensão, cefaleias e desmaios.

“Também atendemos muitos casos de acidentes de automóveis provocados pelo esgotamento dos motoristas por causa do calor”, afirmou Crescendi.

Esta semana, as temperaturas em Buenos Aires chegaram aos 36 graus.

 

ZAP / BBC

 

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