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Ómicron tem sintomas diferentes de outras variantes (e isso pode ser bom sinal)

A Ómicron é a variante de covid-19 com mais mutações no seu genoma e essas alterações parecem estar a reflectir-se nos sintomas de quem apanha a infecção que são novos e diferentes – e que parecem ser menos graves.

Os dados preliminares sobre a Ómicron indicam que esta nova variante provoca “resfriados, menos febre e mais cansaço”, conforme especialistas ouvidos pelo jornal espanhol El País. E estes são indícios de que pode causar “uma doença menos grave”, de acordo com as mesmas fontes.

“A perda de olfacto é cada vez menos comum”, destaca na publicação o professor catedrático de Medicina Preventiva na Universidade de León, Vicente Martín Sánchez, referindo-se a um sintoma que era muito habitual entre os infectados pela primeira vaga de covid-19.

A maioria dos infectados com Ómicron apresenta um quadro de sintomas semelhante a um “resfriado ou alergia”, sustenta Sánchez.

A Chefe de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Marqués de Valdecilla, em Santander, Carmen Fariñas, refere ao El País que nesta unidade têm sido atendidos casos “com espirros, rinorreia [o nariz a escorrer], dor de garganta mais moderada e menos febre do que com outras variantes”.

“É muito parecido com um resfriado normal, mas talvez com um pouco mais de cansaço e mal-estar”, aponta ainda Fariñas. “Já não vemos a perda de olfacto e paladar que havia, sobretudo, na variante Alfa”, ou britânica, que dominava em Dezembro de 2020, acrescenta esta médica.

Fariñas nota que têm existido “menos hospitalizações”, até porque “a maior parte da população está vacinada” e há muitas pessoas com “memória de uma infecção prévia” no seu organismo.

“Probabilidade de doença grave é inferior”

“É quase certo que a probabilidade de doença grave pela Ómicron é inferior à de outras variantes”, destaca no El País o responsável pelas Doenças Infecciosas do Hospital Vall d’Hebron de Barcelona, Benito Almirante.

Porém, Almirante repara que a maioria dos casos de infecção tem sido detectada em pessoas mais jovens. O cenário “preocupante” pode surgir com a infecção de pessoas “mais vulneráveis”, nomeadamente dos idosos com mais de 60 anos, vinca.

Já o Chefe de Infecciosas do Hospital Gregorio Marañón, em Madrid, Emilio Bouza, sublinha ao El País que, para já, ainda não há dados de análise suficientes para concluir que esta variante provoca, de facto, doença menos grave na maioria dos casos.

De resto, Carmen Fariñas alerta que quando os casos graves ocorrem em infectados com Ómicron, “o perigo de complicações muito sérias ou de morte é exactamente igual” ao de outras variantes.

Benito Almirante acrescenta também que os dados do Reino Unido, onde a Ómicron já está mais presente, indicam que “as hospitalizações com esta variante são 5 a 10 vezes menores que nas piores ondas”.

Por isso, este responsável acredita que não assistiremos de novo a situações de quase ruptura dos hospitais, mesmo com o crescimento do número de infectados.

Porém, será preciso esperar para ver qual será o impacto das festas natalícias no evolução da pandemia.

ZAP //

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