O social-democrata Olaf Scholz foi eleito hoje chanceler federal pelo Parlamento alemão, onde o partido que lidera e os aliados na coligação governamental, verdes e liberais, têm maioria.
Com 63 anos, Olaf Scholz assume a nona chancelaria desde o fim da II Guerra Mundial, sucedendo no cargo Angela Merkel, que passa o poder após 16 anos no executivo germânico, e de quem foi vice-chanceler e ministro das Finanças na sua última grande coligação.
O novo chanceler eleito recebeu 395 votos. A coligação de três partidos detém 416 dos 734 assentos na câmara baixa do parlamento.
Scholz será ainda hoje formalmente nomeado chanceler pelo presidente da Alemanha e empossado pelo presidente do Parlamento alemão.
O executivo de Scholz assume grandes esperanças em modernizar a Alemanha e no combate às alterações climáticas, mas enfrenta o desafio imediato de lidar com a fase mais difícil do país, associada à pandemia do coronavírus.
Angela Merkel, 67 anos, não se recandidatou a um quinto mandato como chanceler, após 16 anos e 17 dias em funções, menos nove dias do que o recorde no cargo do também democrata-cristão Helmut Khol (1982-1998).
A sessão na câmara baixa do Parlamento Federal (Bundestag) começou às 09:00 locais, com a eleição do chanceler por voto secreto dos 736 deputados. Para ser eleito, Scholz tinha de obter uma maioria absoluta, o que equivale a 369 votos.
Esse número mínimo é ultrapassado pelos 416 deputados dos partidos da chamada coligação “semáforo”, assim chamada devido às cores das forças políticas envolvidas: 206 do SPD, 118 dos Verdes e 92 do FDP. É a primeira vez que a Alemanha tem uma coligação governamental tripartida desde 1950.
Além do chanceler, o SPD indicou sete ministros, os Verdes cinco e o FDP quatro. Os novos ministros serão oito mulheres e oito homens. É a primeira vez que o Governo alemão tem tantas mulheres como homens.
O copresidente dos Verdes, Robert Habeck, será vice-chanceler, cargo ocupado até agora por Scholz), e ministro da Economia e do Clima. A outra líder dos Verdes, Annalena Barbock, será a ministra dos Negócios Estrangeiros. O presidente do FDP, Christian Lindner, vai substituir Scholz como ministro das Finanças.
O acordo de coligação “Ousar mais progresso”, de 177 páginas, foi assinado na terça-feira pelos três partidos, após a aprovação dos respetivos aparelhos partidários.
O novo Governo assume como prioridades o combate à pandemia de covid-19 e às alterações climáticas, a modernização da economia e a introdução de políticas sociais mais liberais.
No plano externo, o executivo diz querer empenhar-se no fortalecimento da União Europeia (UE), na parceria transatlântica, na NATO e na cooperação multilateral, com respeito pelos direitos humanos.
Com a posse de Scholz, o SPD passa a ter elementos seus nos principais cargos do Estado, dado que o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e o presidente do Parmalento, Bärbel Bas, também são do Partido Social-Democrata da Alemanha.
ZAP // Lusa