A Organização Internacional da Francofonia (OIF) suspendeu, esta terça-feira, o Mali das suas instâncias, depois do golpe de Estado realizado, a 18 de agosto, em Bamako.
Esta decisão foi tomada durante uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da Francofonia (CPF), reunido em videoconferência sob a presidência de Louise Mushikiwabo, secretária-geral da Francofonia, anunciou a OIF, em comunicado.
“Os membros do CPF decidiram a suspensão da República do Mali da Francofonia, mas mantendo as ações de cooperação que aproveitam diretamente às populações civis, bem como as que contribuem para o restabelecimento da democracia”, especificou a organização.
A Francofonia apelou igualmente para a “libertação do Presidente Keita e das outras personalidades detidas desde 18 de agosto, bem como a instalação, no prazo mais rápido, de um Governo de transição conduzido por uma autoridade civil, condição indispensável para uma saída de crise credível e durável”.
O golpe de Estado começou com a detenção pelos militares de Ibrahim Boubacar Keita e do seu primeiro-ministro, Boubou Cissé, bem como a detenção de altos funcionários civis e militares, que foram levados para o campo militar de Kati, nos subúrbios da capital maliana.
Este golpe de Estado é o quarto na história do Mali, que se tornou independente da França em 1960. Os militares tomaram o poder em 1968, 1991 e 2012, tendo o último golpe de Estado aberto as portas do país a várias milícias.
Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões das Nações Unidas e da União Europeia.
Antigo primeiro-ministro (1994-2000), Ibrahim Boubacar Keita, 75 anos, foi eleito chefe de Estado em 2013 e renovou o mandato de cinco anos em 2018.
// Lusa