A seca extrema faz-se sentir em Odemira, onde surgem denúncias de furos ilegais, que ameaçam transformar o Alentejo num “queijo suíço”.
Os portugueses vão ter de se habituar a viver com menos água, alertou recentemente o ministro do Ambiente. O Ministério do Ambiente anunciou também que 34% do país se encontra em seca severa e 66% em seca extrema.
Agora, o movimento ambientalista Juntos pelo Sudoeste (JPS) avisa que o Perímetro de Rega do Mira (PRM) “está à beira da rutura”.
“A corrida à água é real e as denúncias de abertura de novos furos ilegais não cessam de chegar”, denuncia o grupo, citado pelo Público. “Muito em breve todo o sudoeste alentejano estará transformado num queijo suíço e os aquíferos serão esgotados até à última gota”.
O presidente da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro, salienta que a situação “não vai para melhor, mesmo que chova para o ano”. Na última reunião da Assembleia Municipal, o autarca disse que é necessário encontrar uma solução “ainda este ano”.
As empresas da região tiveram de se adaptar à falta de água, seja através da “construção de reservatórios”, “novas perfurações” e, nalguns casos, “redução das áreas cultivadas”, explicou a Associação de Horticultores do Sudoeste Alentejano (AHSA) ao matutino.
À data da publicação da notícia, a reserva de água na barragem de Santa Clara, que alimenta os cerca de 12 mil hectares de área regada do PRM, estava reduzida a 38% da sua capacidade máxima.
Ainda assim, o Ministério da Agricultura aprovou agora um projeto que prevê o “rebaixamento” do nível de armazenamento na albufeira de Santa Clara.
Hélder Guerreiro foi questionado por vários deputados municipais sobre a forma desenfreada como estão a ser abertos novos furos no PRM. O autarca deu a garantia de que “não está a autorizar nenhum furo no perímetro de rega, exceto para consumo humano”.
“Vamos analisar caso a caso o que acontecer no território e se é legal. E, não sendo, não pode continuar”, afiançou o edil.
É verdade há cada vez mais furos ilegais a serem feitos em Odemira. Quem não tem água suficiente vai busca-la no seu transporte á barragem da Clara. Temos todos de poupar para amanha termos água nas nossas casas , para os nossos animais e nossas plantas. Estou preocupado com o número de pessoas que possam ir buscar água á barragem. Parabéns senhor jornalista pelo excelente trabalho realizado.