Países afastam-se de Zelenskyy (vêm aí eleições)

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Reprodução

Zelenskyy em vídeo, nas primeiras horas da guerra na Ucrânia

Ucranianos nem admitem “tocar” no seu presidente, mas as posturas além-fronteiras não são iguais.

Volodymyr Zelenskyy passou a ser um dos políticos mais activos em todo o planeta, desde Fevereiro de 2022.

Esse foi o mês que marcou o início da invasão da Rússia à Ucrânia.

Mais de um ano e meio depois, a guerra continua e por isso é natural que o presidente da Ucrânia apresente algum desgaste. Porque “é humano”, lembra Ana Kotowicz, jornalista do Observador.

Para a especialista, Zelenskyy “não tem prazo de validade mas deve ser ‘consumido de preferência’ até uma determinada data”.

Antes da guerra, o líder do Governo ucraniano era visto como populista, um homem das redes sociais.

Mal a guerra começou, a perspectiva mudou, sobretudo entre os seus compatriotas.

Quando Zelenskyy apareceu logo com outros membros do seu Governo, horas depois do início da guerra, num vídeo em que assegurava “estou aqui”, deu a ideia de um presidente presente. Um líder que ficaria ao lado do povo ucraniano.

Repetiu essa ideia quando recusou ajuda dos Estados Unidos da América para sair do seu país. “Não preciso de boleia, preciso de armas”, disse na altura.

Não há desgaste entre os ucranianos.

Mas há desgaste noutros países devido à presença constante, até diária, nas redes sociais. Passou a ser mais activo e, provavelmente, o político mais mediático do mundo.

A outro nível, há desgaste devido à presença do presidente da Ucrânia em eventos diplomáticos noutros países (alguns seriam só internos).

Devido à lei marcial, é pouco provável que haja eleições na Ucrânia em 2024. Zelenskyy não quer eleições mas estará lá para ser novamente eleito, se for preciso. Até porque não tem oposição, não tem sucessor dentro do seu próprio partido.

E o povo apoia o seu presidente: sondagens mostram que os ucranianos querem mudar a estrutura política – mas a grande maioria não quer a saída do seu presidente. Nem aceitam “tocar” no líder do Governo.

No estrangeiro, a perspectiva é outra. Há países que gostariam que houvesse eleições na Ucrânia. Zelenskyy, não sendo eleito, perderia legitimidade.

“Há uma certa pressão do Ocidente para haver eleições”, descreve Ana – que no entanto lembrou que realizar um acto eleitoral agora seria muito complicado: há cadernos eleitorais desactualizados, zonas sem qualquer habitante ucraniano, pessoas fora do país…

Mas há eleições à porta noutros países, como na Polónia, onde o partido no poder precisa de votos do mundo rural – os agricultores foram os que mais sofreram com a enchente de cereais ucranianos no mercado.

Por isso, é preciso dar sinal aos agricultores que os vai proteger. Isso é sinónimo de afastar um pouco de Zelenskyy e do apoio à Ucrânia no geral.

Além disso, há a necessidade de Polónia e Eslováquia (por exemplo) investirem no seu próprio armamento, para torná-lo mais moderno, mais sofisticado. E não cedem novas armas à Ucrânia.

Nos Estados Unidos da América, caso Donald Trump seja eleito em 2024, já ficou o aviso claro: o apoio à Ucrânia vai ser cortado.

Entretanto, na Rússia continuam os anúncios de que vai haver eleições. “Somos democratas, vamos ter eleições”, defende o Kremlin (não com estas palavras).

ZAP //

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3 Comments

  1. “Há uma certa pressão do Ocidente para haver eleições”. Dá jeito é à Rússia e é completamente idiota. Como é que um país em guerra faz eleições, onde estão os cidadãos em que parte do território está subjugado pelo inimigo? Cada uma!

  2. Democracia não escolhe a hora! Cheira-me que o ditador não quer eleições porque nao quer sair do poleiro! Afinal de contas a merda que fez vai ser facilmente comprovada caso apareça outro para governar a Ucrânia! Isto em vez de uma notícia parece mais um memorial ao homem! Mas enfim, só vão aprender mais tarde que na guerra não há heróis nem lados! Só merda!

  3. “Isso é sinónimo de afastar um pouco de Zelenskyy e do apoio à Ucrânia no geral.”…Quer dizer , dão todo o Apoio á UCRANIA mas como vai haver eleições e pode muitos Eleitores estarem descontentes porque derivado á Guerra já perderam a casa, o Emprego e vêm que o futuro não se apresenta nada bom e podem votar contra já não querem dar Apoio á UCRANIA.Aqui se vê que muitos que apoiam é só para ficarem bem na Fotografia , depois têm receio de perder as eleições por causa do Apoio que dão á UCRANIA.

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