“O último Natal juntos”. Marcelo tinha planos para dois, mas Costa não quis mais

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Paulo Vaz Henriques / Portugal.gov.pt

O Primeiro-Ministro António Costa, e o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa fizeram, esta quinta-feira, um balanço da sua “relação” de oito anos. O Presidente da República lamenta que Costa não queira ficar para cumprir os “planos” que tinha pensado para os dois, mas salientou que “valeu a pena”. O primeiro-ministro concordou e – “no último Natal juntos” – destacou que nunca tinha existido uma relação igual, entre os órgãos de soberania.

Marcelo faz balanço de coabitação com Costa e conclui que “valeu a pena”.

O Presidente da República falava na tradicional cerimónia de apresentação de cumprimentos de boas festas por parte do Governo, no Palácio de Belém, em Lisboa.

“Houve aqui um esforço de compromisso. Eu acho que valeu a pena. Valeu a pena”, defendeu, perante António Costa, depois de fazer um resumo de cada um dos oito anos em que coincidiram nas funções de Presidente da República e primeiro-ministro, desde 2016.

“Para ser sincero sincero, sincero, eu estava convencido que ia durar mais um tempo. Eu tinha, aliás, uma fórmula: um ano e dez meses“, declarou em seguida o chefe de Estado, referindo-se ao “tempo que faltava até à realização de eleições autárquicas e, portanto, a entrada no período eleitoral”.

“Mas não quis o destino que fosse assim. E, portanto, estava eu já a pensar bater o recorde de ter um só primeiro-ministro durante dez anos – é um recorde que não consigo cumprir, mas a vida é assim, a vida tem essas notícias”, acrescentou.

Segundo o Presidente da República, “o que é facto é que foi importante para a democracia portuguesa, foi importante para a economia e para a sociedade portuguesa“.

Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que “nem tudo correu bem”, seja “por razões internacionais, por razões nacionais objetivos” ou “por erros” que ambos e outros cometeram.

“Faz parte da política ser assim. Mas eu acho que um dia, quando se observar com atenção e com distanciamento, se dirá que não é por acaso que o povo português decidiu manter por tanto tempo as suas opções e as suas escolhas relativamente ao Presidente e ao Governo”, considerou.

“O último Natal em conjunto”

O primeiro-ministro considerou que os últimos oito anos foram o período de melhores relações entre órgãos de soberania e manifestou-se confiante de que o Presidente da República vai adaptar-se ao futuro chefe de Governo.

“Por razões que conhece bem, este momento acontece dois anos mais cedo do que era previsto. É não só um momento de votos de boas festas mas também de despedida, visto que é o último Natal que passamos em conjunto nestas nossas funções de primeiro-ministro e Presidente da República”, começou logo por salientar o líder do executivo no início da sua intervenção.

António Costa, depois, repetiu a ideia que Marcelo Rebelo de Sousa lhe colou “de ser irritantemente otimista”, mas para falar sobre o futuro quando for nomeado um novo primeiro-ministro na sequência das eleições legislativas de 10 de março.

“Sei que nunca experimentou presidir com outro primeiro-ministro. Eu já tive a oportunidade de ser primeiro-ministro com outro Presidente da República”, assinalou, numa referência a Aníbal Cavaco Silva.

Neste contexto, António Costa procurou deixar uma garantia: “O que posso assegurar é que nos habituamos, os estilos são bem diversos mas habituamo-nos”.

António Costa referiu-se então aos oito anos em que foi primeiro-ministro e Marcelo Rebelo de Sousa Presidente da República, falando em momentos felizes e outros infelizes ao longo deste período.

“De qualquer modo, foram oito anos em que os portugueses, no essencial, recordarão do ponto de vista da relação institucional como talvez dos melhores períodos de relações entre órgãos de soberania. Duvido que tenha havido tantos períodos de tanta boa convivência entre órgãos de soberania, o que não quer dizer coincidência de pontos de vista, sobretudo quando somos de famílias políticas diversas”, assinalou António Costa.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Este papagaio Presidente e o ilusionista Costa protagonizaram a mais estranha relação desde o 25 de abril. O resultado foram oito anos de um Portugal a chafurdar e o povo a sofrer enormemente, com um custo de vida extraordinário e uma carga fiscal sem precedentes. Um país onde parece que tudo está à deriva e, praticamente, na cauda da europa. A esperança de Abril parece cada vez mais longínqua. O ilusionismo é a arma forte destes ganapos que se dedicam à vida política, sem experiência, sem maturidade, sem desígnios. E o povo sempre a pagar, e não é pouco. E a maior responsabilidade por estes tremendos infortúnios cabe ao PS, que tem sido o partido mais frequente no poder. Resta-nos apenas alguma esperança para que pântanos, bancarrotas, incompetências, lodaçais e vigarices fiquem um pouco de lado e o povo venha a usufruir de um pouco mais de respeito e dignidade face ao seu esforço constante em prol da sociedade e do país.

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