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Há um segredo simples para a reconciliação entre os EUA e a China

ZAP // Space Perspectiv; Pixabay

Os Estados Unidos expressaram, esta sexta-feira, a vontade de manter uma “relação económica saudável” com a China, ao contrário do que tem vindo a acontecer. Joe Biden e Xi Jinping não se entendem, mas o segredo para a reconciliação está à distância de uma comunicação “franca e aberta”.

A relação entre as duas maiores economias do Mundo – EUA e China – já teve melhores dias.

Recentemente, a China deixou de ser o principal importador dos EUA.

As relações económicas entre os EUA e a China deterioraram-se nos últimos anos, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e às ambições geopolíticas de Pequim, que incluem a reivindicação de quase todo o mar do Sul da China e ameaças militares a Taiwan.

Neste contexto, a desconfiança dos norte-americanos sobre as políticas económicas chinesas – sob a presidência de Xi Jinping – é crescente. E, neste ponto, até os “rivais” Donald Trump e Joe Biden estão “unidos”.

O segredo para a reconciliação

Esta sexta-feira, a Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse que Washington quer forjar uma “relação económica saudável” com Pequim, numa reunião com líderes empresariais norte-americanos estabelecidos em Cantão, no sudeste da China.

Durante o encontro, Yellen sublinhou a intenção dos Estados Unidos de trabalhar com a China para alcançar uma relação que garanta condições iguais para os trabalhadores e empresas norte-americanas.

De acordo com um comunicado, a dirigente destacou a importância de uma comunicação “franca e aberta” com a China para atingir este objetivo.

A secretária reuniu-se com representantes empresariais dos EUA, União Europeia (UE) e Japão, que expressaram “preocupações” sobre o excesso de capacidade industrial da China em determinados setores.

Durante a visita à China, Yellen pretende abordar com representantes do governo chinês “práticas comerciais injustas” e, em particular, destacar “o impacto da sobreprodução chinesa na economia mundial”.

A dirigente iniciou na quinta-feira a segunda visita à China em menos de um ano, que decorre até 9 de abril.

Biden e Jinping não se entendem

Esta visita surge depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, terem falado na terça-feira, numa chamada telefónica que a Casa Branca descreveu como franca, mas na qual, segundo o Governo chinês, houve alguma fricção.

Como Joe Biden e Xi Jinging não se entendem, Janet Yellen tem como missão estabilizar uma relação conflituosa entre as duas maiores economias do mundo, nomeadamente através da criação de grupos de trabalho bilaterais dedicados a questões económicas e financeiras.

Os EUA estão particularmente preocupados com o aumento das exportações chinesas a baixo custo em setores como veículos elétricos, baterias de lítio e painéis solares, o que pode impedir a formação de uma indústria norte-americana nestas áreas.

No final de 2023, Janet Yellen garantiu que Washington vai continuar a exigir maior clareza na política económica chinesa, avisando que a China era “demasiado importante para construir o seu crescimento com base nas exportações”.

Na quarta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse que a China espera que a visita de Yellen sirva para “construir consensos” com os Estados Unidos e que Washington esteja “disposta a trabalhar com Pequim para chegar a um meio-termo”.

ZAP // Lusa

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