Já se sabe o que criou os fragmentos de vidro espalhados pelo Deserto de Atacama

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Racortesl / Flickr

Deserto do Atacama, no Chile

Um novo estudo mostra que os fragmentos de vidro que se encontram espalhados numa vasta faixa do Deserto de Atacama, no Chile, foram criados pela explosão de um cometa há cerca de 12 mil anos.

Há cerca de uma década, estes fragmentos de vidro, espalhados pelo deserto de Atacama, no Chile, ao longo de um corredor de 75 quilómetros, chamaram a atenção dos cientistas. Agora, de acordo com um estudo publicado, a 2 de novembro, na revista científica Geology, investigadores mostraram que estes fragmentos contêm minerais frequentemente encontrados em rochas de origem extraterrestre.

“Esta é a primeira vez que temos evidências claras de vidros na Terra que foram criados pela radiação térmica e ventos de uma bola de fogo que explodiu logo acima da superfície. Para ter um efeito tão dramático numa área tão grande, esta foi uma explosão verdadeiramente massiva“, disse, em comunicado, Pete Schultz, professor emérito da Universidade Brown e um dos autores do estudo.

Os vidros mostram evidências de terem sido torcidos, dobrados, enrolados e até mesmo lançados enquanto ainda estavam na forma fundida, o que é consistente com a chegada de um grande meteoro seguida de uma explosão.

Além disso, os cientistas realizaram uma análise química de dezenas de amostras, que encontrou, por exemplo, minerais chamados zircões, que se decompuseram termicamente para formar baddeleyita, uma transição mineral que ocorre normalmente a temperaturas acima dos 1670 graus Celsius.

Mas não só. A análise também revelou minerais exóticos apenas encontrados em meteoritos e outras rochas extraterrestres, como cubanita e troilite, que correspondem com a composição do material que voltou à Terra através da missão Stardust, da NASA, que retirou amostras das partículas do cometa Wild 2.

Por isso, a equipa concluiu que estes minerais serão também os restos de um objeto extraterrestre, provavelmente um outro cometa com uma composição semelhante.

“Estes minerais são o que nos diz que este objeto tem todas as marcas de um cometa“, disse, na mesma nota, Scott Harris, geólogo planetário do Fernbank Science Center e outro autor da pesquisa.

“Ter a mesma mineralogia que vimos nas amostras da Stardust incorporada nestes vidros é uma evidência realmente poderosa de que o que estamos a ver é o resultado de uma explosão de ar de um cometa”, acrescentou.

ZAP //

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