Da Roma Antiga aos gregos, a história do ∞ vai para além dos números — tem muito de metafísica.
Já se interrogou sobre o porquê do “oito deitado” (∞) simbolizar o infinito? A explicação não é a mesma para toda a gente, mas a origem do símbolo é curiosa.
O símbolo do infinito começou em 1655 com o matemático inglês John Wallis, segundo explica a Britannica. Porém, a explicação do desenho, que mais parece um “oito deitado”, como costumamos dizer, nunca foi fornecida.
Segundo a National Geographic, uma das teorias é que o matemático possa ter-se inspirado no símbolo romano para o número mil, “CIƆ“. CIƆ significava também, no geral, uma grande quantidade de coisas. De facto, o oito deitado parece apresentar algumas semelhanças com a representação.
Outra teoria é a das cobras. Para esta, em vez dos romanos, devemos focar-nos nos gregos. Na mitologia clássica, Ouroboros é uma figura metafórica que representa duas cobras a comerem a cauda uma da outra (ou uma serpente a morder a própria cauda). A imagem dá a ideia de eterno retorno, de ciclo vicioso e interminável — é uma imagem que não tem fim. Essa imagem pode ter inspirado o ∞.
Esta explicação transporta-nos para o plano metafísico: o que é o infinito? Algo que nunca vamos alcançar? Ou algo que se repete infinitamente? A Britannica define que “o Ouroboros exprime a unidade de todas as coisas, materiais e espirituais, que nunca desaparecem, mas mudam perpetuamente de forma num eterno ciclo de destruição e recriação“. Terá o simples símbolo matemático uma explicação metafísica?
Mas a ideia mais plausível parece ser a de que uma forma matemática já existente influenciou este curioso símbolo: a a lemniscata de Bernoulli. Trata-se de uma curva algébrica do quarto grau, formulada em 1964 pelo matemático suíço Jacob Bernoulli, com uma forma que parece, exatamente, um 8 deitado. Esta forma já foi usada para os mais diversos cálculos e áreas de estudo, desde a geometria ao design, passado pela astronomia.
Seja como for, e acreditando em qualquer versão (muitas outras existem), o símbolo não deixa de ser tão curioso como o próprio infinito. As explicações para o “oito deitado”, essas, tal como seria de esperar, não têm fim — são como a serpente que morde a cauda.