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O mundo está à beira de uma “policrise” planetária

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A ONU identificou as tendências que deverão acelerar a tripla crise climática. O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA) apela à ação política a tempo de evitar a iminente “policrise” global.

Problemas como a crise climática, perda de natureza e de biodiversidade e a poluição estão confluir num cenário que deverá culminar numa “policrise” planetária.

Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA, alerta: “À medida que o impacto de múltiplas crises se intensifica, é altura de nos anteciparmos aos acontecimentos e protegermo-nos dos novos desafios que surgem”

“O ritmo rápido da mudança, da incerteza e dos avanços tecnológicos a que estamos a assistir, num contexto de turbulência geopolítica, significa que qualquer país pode ser desviado do rumo com mais facilidade e frequência”, acrescentou a diretora da instituição.

No relatório ‘Navegando em Novos Horizontes’, divulgado esta segunda-feira, os especialistas do PNUA utilizaram um novo sistema de previsão de tendências que concluiu que, neste novo contexto global, a velocidade das mudanças é surpreendente.

O documento destacou alguns riscos “que põem em perigo a prosperidade a longo prazo, a redução da pobreza e o ambiente”, como o uso indevido e a militarização de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA).

O relatório referiu que os centros de dados que alimentam a IA e contribuem para a transformação digital requerem terras raras, minerais e grandes quantidades de água para serem construídos e mantidos.

“A utilização da IA em sistemas de armas e aplicações militares, bem como o desenvolvimento da biologia sintética, requer uma revisão cuidadosa do ponto de vista ambiental”, alertou o PNUMA no relatório.

Outro fator de risco é o degelo do pergelissolo – uma camada permanentemente congelada do subsolo da crosta terrestre, que liberta vírus pré-históricos que podem ser muito prejudiciais.

Este último fenómeno, aliás, já provocou um surto de carbúnculo na Sibéria, uma doença gerada por uma bactéria nos animais e que pode ser transmitida ao homem por contacto direto ou indireto.

 

Guerras agravam cenário

Outra questão que a agência da ONU destaca é o aumento e evolução da violência e dos conflitos armados, que “provocam a degradação dos ecossistemas, o que tem repercussões nas populações vulneráveis”.

“A boa notícia é que, tal como o impacto de múltiplas crises é agravado quando estão interligadas, o mesmo acontece com as soluções”, explicou o PNUMA.

“A chave para um futuro melhor é focarmo-nos na equidade intergeracional e num novo contrato social que reforce os valores partilhados que nos unem em vez de nos dividir”, acrescentou.

A organização apelou também à adoção de uma “governação ágil e reflexiva” e de um futuro “participativo, multilateral e cooperativo”, que integre “as vozes de grupos tradicionalmente marginalizados, como as mulheres, os jovens, as comunidades locais e indígenas”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Essa preocupação de quem reflete toda a problemática conjuntural atuais, existe e acontece, e terá tendência a aumentar por duas razões fundamentais a ter em conta de forma m/ sucinta: o aumento da população desregulada, e por isso demasiada, e como consequência a sua bela diversidade tem, no seu âmago, e só poderia dar origem, às diferentes linhas de pensamento e filosofias de modos diferentes de ver, viver, e pensar a vida e daí resultar a divergência, a oposição, o confronto, o conflito de interesses, em todas as ramificações críticas e ameaçadoras das árvores, plantas, e vegetação que formam os ecossistemas da vida, no seu conjunto diversificado global planetário.

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