Uma empresa norte-americana utiliza a neurotecnologia para criar uma matriz de interpretação de cheiros.
Os cães já são utilizados atualmente pela polícia para farejar em vários contextos. São particularmente bons a detetar substâncias ilícitas, e há até já quem os use para detetar doenças.
No entanto, uma empresa norte-americana foi mais além: quer fundir estes animais, que têm o dobro dos tipos de recetores olfativos dos humanos, com a neurotecnologia.
Algumas empresas, como a Neuralink de Elon Musk, estão a construir interfaces cérebro-computador para humanos. Agora, a Canaery quer levar a mesma tecnologia aos cães, conta a revista Wired.
A empresa, que tem parceria com o Departamento de Energia dos EUA, está a desenvolver uma matriz que lê informações sobre odores recolhidas de animais, com o objetivo de conseguir colocar um implante neural nos animais, para que detetem (ainda melhor) cheiros. Tudo isto, claro, através de IA.
“Este dispositivo de nova geração permitir-nos-á ter um melhor desempenho no terreno face a odores de fundo complexos e a vapores confusos que se encontram no ar”, afirma Gabriel Lavella, CEO da empresa.
“Não seria muito mais fácil se tivesse de premir um botão, recolher uma amostra de vapor e obter instantaneamente uma leitura?”, questiona. E é esse mesmo o bjetivo da empresa.
Até à data, o conjunto foi testado em ratos, e o procedimento será pouco invasivo, estando prevista agora uma versão para cães. “Os aeroportos e outras formas de controlo são provavelmente o caso de utilização mais óbvio”, diz o CEO, mas outras aplicações poderiam incluir a deteção de espécies invasoras, a identificação de riscos ambientais ou o diagnóstico de doenças.