O DNA não é apenas seguro para comer, como está presente em vários alimentos saborosos que se ingerem no dia a dia. O mesmo acontece com o RNA.
Segundo a Forbes, o chocolate e os gelados, por exemplo, têm bastante DNA. Mas as sobremesas não são as únicas que o contêm.
O DNA, ou ADN, em português, também se encontra em hambúrgueres, queijo, pão, todos os tipos de sushi, bem como uma longa lista de outros alimentos. O café, o chá, o vinho, a cerveja, ou o sumo de fruta também fazem parte da lista.
O DNA não contribui quase nada para o sabor dos alimentos, o que é mais ou menos óbvio, dado que é encontrado em variadas comidas de sabor diferente.
Os sabores são uma combinação muito complexa de diferentes ingredientes, e o DNA é apenas uma pequena parte da maioria dos alimentos. Se o sabor do DNA fosse isolado, teria um sabor ligeiramente salgado.
A explicação para o DNA estar presente em tantos alimentos diferentes é que todos os seres vivos, como por exemplo plantas, animais, fungos, bactérias, e outros, são compostos por células.
Quase todas as células de uma planta ou animal contêm uma cópia do seu código genético, e esse código é capturado por moléculas de DNA.
O DNA é uma cadeia de ácido nucleico — um polímero de moléculas chamadas nucleótidos, compostas por uma pentose, uma base nitrogenada e um radical fosfato. A pentose do DNA é a desoxirribose, a do RNA, é a ribose.
No arroz, por exemplo, cada célula contém 12 cromossomas, e cada cromossoma é uma molécula de DNA. No arroz, esta molécula tem cerca de 430 milhões de nucleótidos. Assim, quando se come arroz, ingere-se todo este DNA em cada dentada.
O trigo que usamos para fazer pão tem ainda mais DNA. Cada célula tem cerca de 16 mil milhões de nucleótidos — 5 vezes mais DNA do que as células humanas.
Já o trigo que usamos para fazer massa, chamado sêmola ou trigo duro, tem apenas cerca de dois terços de DNA do que o trigo panificável, e apenas 14 cromossomas em vez de 21.
Assim, qualquer alimento derivado de uma planta ou animal, quase de certeza que contem DNA, a menos que o alimento seja tão processado, de forma a que cada célula da planta original seja removida ou pulverizada em pedaços.
Nesse caso, o DNA é removido, o que normalmente não acontece com o processamento ou cozedura regular dos alimentos. Não há razão para remover o DNA, no entanto, porque é completamente seguro.
Quase todos os alimentos que têm DNA, também possuem Ácido Ribonucleico (RNA). Também é seguro ingerir RNA.
Algumas pessoas têm expressado preocupações relativamente ao RNA, sendo que tem sido noticiado ultimamente, por ser utilizado em duas das vacinas mais eficazes da covid-19, a da Pfizer/BioNTech e a Moderna.
Embora injetar RNA no braço seja diferente de o comer, ambas as hipóteses são bastante seguras.
A lista de alimentos que não contêm DNA é, na verdade, bastante curta. Reúnem-se apenas ao sal e ao açúcar.
O sal é um mineral, ou seja, não deriva de seres vivos, e o açúcar é uma molécula simples, C12H22O11, produzida por plantas como a cana-de-açúcar e a beterraba.
No entanto, a menos que o açúcar seja bastante puro, algum DNA das plantas originais está provavelmente presente, pelo que pode não ser isento de DNA.
O DNA, que significa ácido desoxirribonucleico, é ainda para alguns um motivo de preocupação, por incluir o termo “ácido”.
No caso do DNA, isso é algo positivo. Talvez se devesse chamar “nucleína”, o nome que lhe foi dado por Friedrich Miescher, cientista suíço que descobriu o DNA pela primeira vez, em 1871.