O atendimento em serviço de urgência quase duplicou numa década nos hospitais privados, que registaram também um reforço do número de camas de internamento, ao contrário dos hospitais públicos, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
A propósito do Dia Mundial da Saúde, que se assinala na segunda-feira, o INE divulgou hoje estatísticas referentes à área da saúde, tendo analisado dados entre 2002 e 2012.
“A evolução nos hospitais privados é marcada por sucessivos acréscimos”, refere o boletim do INE, mostrando que o atendimento em urgência nos hospitais privados praticamente duplicou.
Em 2002, os hospitais privados efetuaram cerca de 460 mil atendimentos nos serviços de urgência e em 2012 esse número ultrapassou os 800 mil, correspondendo a 11,6% do total de atendimentos nos hospitais portugueses.
Já nos hospitais oficiais, públicos, o atendimento nas urgências manteve-se estável entre 2002 e 2010, tendo decrescido depois até 2012, com uma redução de 4,8%.
Ainda assim, os hospitais públicos atendem 88% dos casos de serviços de urgência, tendo, em 2012, atendido 7,3 milhões de situações.
No que respeita às camas de internamento, a década de 2002 a 2012 é marcada “por duas tendências de sentido contrário: diminuição contínua do número de camas nos hospitais oficiais e um reforço constante de camas nos hospitais privados”.
Em dez anos, o número de camas de internamento nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde baixou em três mil, enquanto os privados passaram a ter mais 1.400 camas.
Também os internamentos diminuíram nos hospitais públicos na década em análise, enquanto cresceram nos privados.
Contudo, 80,5% dos internamentos nos hospitais portugueses ocorrem nas unidades públicas.
/Lusa
Estes dados só surpreendem quem anda distraído, pois há mais de uma década que os insignes ministros da saúde têm sido “recrutados” aos Serviços Privados de Saúde, designadamente da Banca e Seguradoras. O “único” problema nesta opção política (legítima, mas que deveria ser enunciada de forma clara e não às escondida para que pudesse ser sufragada ou rejeitada num ato eleitoral) é falar-se sistematicamente em defesa do SNS enquanto na prática se trabalha em sentido contrário.
Claro, e o nº de hospitais privados quantas vezes duplicou?!