Uma equipa do Laboratório de Sistemas Interativos e Robóticos da Universitat Jaume I, em Castelló, Espanha, desenvolveu um software que permite que os robôs subaquáticos com capacidade de manipulação sejam controlados remotamente de forma mais eficiente.
A nova tecnologia corrige, no contexto dos cenários subaquáticos, a falta de sistemas de simulação e interfaces 3D realistas que possibilitem o controlo remoto de tarefas em robôs móveis autónomos.
A utilização de robôs em cenários de risco é imprescindível, principalmente em situações causadas por acidentes, incêndios, radiação ou águas profundas – quase impossíveis de acessar pessoalmente. O novo software enriquece a realidade recebida do robô localizado em ambientes perigosos e unifica a funcionalidade com informações 3D extraídas através de técnicas de inteligência artificial – o que resulta numa realidade mista que é muito útil para os utilizadores.
O sistema permite representar o estado dos robôs no ambiente 3D através da obtenção de dados reais sobre a posição do veículo, bem como as informações recebidas de câmaras e sensores. A interface do utilizador incorpora um sistema de simulação realista para experimentar as funções do robô e telemetria simulada antes de interagir com os sistemas reais, permitindo uma maior eficiência nas tarefas executadas pelo robô, garantindo assim a segurança das pessoas envolvidas nessas situações.
O novo software possibilita ainda a obtenção de robôs subaquáticos capazes de obedecer às ordens do operador humano e simular os efeitos das ações robóticas antes que estas ocorram. Ao mesmo tempo, enriquece as informações oferecidas ao utilizador, favorece a supervisão da tarefa e melhora a segurança das intervenções. Outras das suas vantagens é oferecer maior precisão na manipulação e controlo de robôs em cenários adversos ou perigosos.
Os principais setores que podem beneficiar desta nova tecnologia são todos aqueles que estão ligados à robótica cooperativa, subaquática, e também os que trabalhem em ambientes radioativos ou perigosos para a saúde humana.
A equipa, escreve o Tech Xplore, está agora a tentar consolidar acordos de licenciamento com empresas para o desenvolvimento e adaptação da tecnologia a aplicações específicas.
O desenvolvimento desta interface de utilizador foi realizado durante a execução do projeto TWINBOT e foi validado em condições reais. O software também foi melhorado e adaptado para ser executado em ambientes industriais e hospitalares.