Novo pão pode prevenir asma

Novo estudo concentra-se numa estirpe específica de levedura — que aguarda patente — e explora o potencial dos micróbios para travar a doença respiratória que afeta cerca de 300 milhões de pessoas.

Fermentado com levedura, o pão é a nova esperança para a prevenção da asma, de acordo com um estudo publicado em março na revista Current Developments in Nutrition

O estudo centra-se numa estirpe específica de levedura, Saccharomyces cerevisiae UFMG A-905, conhecida pelas suas qualidades probióticas.

A asma, uma doença marcada por inflamação, hiper-responsividade e remodelação das vias aéreas, tem registado um aumento da prevalência devido a vários fatores, incluindo mudanças no estilo de vida, dieta, microbiota intestinal e influências ambientais.

Investigações anteriores salientaram o potencial dos micróbios, incluindo bactérias e fungos, para travar o desenvolvimento da asma. O novo estudo baseia-se nesse conceito, e incorpora a levedura no pão.

A experiência

A experiência envolveu o desenvolvimento de três formulações diferentes de pão: pão comercial padrão fermentado com levedura (pão COM), pão fermentado com a estirpe UFMG A-905 (pão UFMG-A905) e outra versão deste último contendo microcápsulas com levedura (pão UFMG-A905-C).

Todos estes pães foram transformados em biscoitos para alimentar ratos-domésticos BALB/c, que foram divididos em vários grupos para o estudo.

A configuração experimental envolveu sensibilizar e desafiar os ratos com ovalbumina (OVA) para induzir condições semelhantes à asma. Os ratinhos foram então alimentados com diferentes tipos de pão antes da sensibilização e até ao final do período de desafio.

O estudo monitorizou meticulosamente parâmetros como o peso dos animais, a contagem de leveduras nas fezes, a função respiratória e a produção de citocinas no líquido de lavagem broncoalveolar (BAL).

Os resultados mostraram que o pão UFMG-A905-C, contendo microcápsulas, diminuiu significativamente a hiper-responsividade das vias respiratórias em comparação com o grupo desafiado com OVA mas não tratado com pão.

Embora o grupo do pão UFMG-A905 simples tenha apresentado uma certa redução da inflamação das vias respiratórias, foi a versão de levedura microencapsulada que demonstrou os efeitos mais substanciais, reduzindo os principais marcadores inflamatórios, como a interleucina (IL)-5 e a IL-13, e aumentando os níveis de IL-17A.

Curiosamente, o estudo não observou um crescimento microbiano significativo após a cozedura e os pesos corporais permaneceram consistentes em todos os grupos.

ZAP //

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