Já há uma nova sugestão de nome para “baptizar” a ponte ciclopedonal sobre o rio Trancão, construída no Parque Tejo para a Jornada Mundial da Juventude. A ideia é que se chame Ponte Noé, lembrando esta figura bíblica e realçando a “necessidade” de “proteger” os animais.
A sugestão é do Provedor Municipal dos Animais de Lisboa que nota que o nome Noé “não colide com [o] enquadramento” em que a ponte surgiu no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Além disso, “a figura bíblica de Noé” representa “a necessidade dos humanos não só respeitarem todos os animais, mas também protegerem cabalmente os mesmos de situações que os coloquem em perigo”, justifica o Provedor, Pedro Emanuel Paiva, numa recomendação entregue esta segunda-feira ao executivo camarário, sob a presidência de Carlos Moedas (PSD).
Esta nova sugestão de nome para a ponte ciclopedonal sobre o rio Trancão, que liga Lisboa a Loures no Parque Tejo, surgiu após a recente polémica associada ao nome do cardeal Manuel Clemente, anunciado pela Câmara Municipal de Lisboa, mas que acabou por não ser atribuído porque o próprio recusou essa homenagem.
“A Provedoria Municipal dos Animais de Lisboa tem como missão fazer pontes para a defesa dos animais, logo, por que não materializar essa forma de estar propondo um nome para uma ponte real?”, refere Pedro Emanuel Paiva em comunicado.
“Apesar de o argumento da harmonia entre humanos e animais estar acima de qualquer crença, quem leia a passagem do livro dos Génesis sobre Noé percebe a importância que a própria Igreja dá à mesma relação”, justifica o Provedor.
Com Noé e a sua família entraram na arca “todos os animais de acordo com as suas espécies: todos os animais selvagens, todos os rebanhos domésticos, todos os demais seres vivos que se movem rente ao chão e todas as criaturas que têm asas: todas as aves e todos os outros animais que voam'”, frisa ainda considerando o que vem na Bíblia.
Pedro Emanuel Paiva realça que Noé “simboliza o expoente máximo da protecção de todos os animais, incontornável nos dias de hoje”.
Além disso, salienta que o facto de a ponte ser maioritariamente à base de madeira faz deste equipamento “uma peça em sintonia com a protecção ambiental e integrada no meio ambiente envolvente, logo, em total alinhamento com a protecção do ambiente, que abarca na sua génese a defesa dos animais”.
O provedor justifica ainda a proposta de Ponte Noé com as palavras proferidas pelo Papa Francisco durante a JMJ em Lisboa, ao afirmar que “a Igreja é todos, todos, todos“, pelo que “basta pensar no texto dos Génesis que aborda Noé para fazer precisamente a ponte com os animais como parte desse ‘todos'”.
ZAP // Lusa