Um estudo recente sugere que as medições da expansão do universo teoricamente aceites podem estar mais “desviadas” do que, anteriormente, se pensava. As novas conclusões põem em causa a relatividade geral de Einstein.
Um estudo publicado no início de novembro, na Arxiv, levado a cabo por vários investigadores internacionais, revelou um possível (e significativo) desvio – nas medições da expansão do universo, sugerindo que as estimativas teoricamente aceites podem, afinal, estar erradas.
Tal descoberta levanta também a possibilidade de que nem Albert Einstein tenha compreendido completamente a dinâmica do universo.
Para medir a expansão do universo, utiliza-se a Constante de Hubble. No entanto, como explica o El Confidencial, os diferentes métodos para calcular a constante produzem resultados variados, o que é conhecido como “tensão de Hubble”.
Algo que pode estar a pôr em causa a autenticidade das medições é a gravidade do “superaglomerado de Laniakea”, onde se situa o nosso sistema solar.
Uma equipa internacional investigou o possível desvio e descobriu que, ao ignorar a influência gravitacional de Laniakea, a tensão de Hubble é entre 2% e 3% maior do que o estimado anteriormente.
Robert Monjo, investigador da Universidade Complutense de Madrid explicou, citado pelo El Confidencial, que “as galáxias comportam-se como grandes tempestades planetárias – em grande parte impulsionadas pela aceleração fictícia que surge quando mudamos de sistema de referência”.
Se tal teoria for confirmada e a energia e matéria escura forem descartadas na expansão do universo, “o modelo padrão do universo teria de ser reformulado quase do zero”, afirma Robert Monjo.
Tal cenário implica que a relatividade geral de Einstein seja apenas válida à escala local e não a nível cosmológico – o que implicaria uma revisão fundamental na forma como se compreende o universo.